sábado, 24 de outubro de 2015

3ª etapa da viagem: Paris

Terminamos a etapa Islândia com mais uma caçada frustrada à Aurora Boreal. Acordamos 4h, fizemos o check in, e fomos “procurar” pelo fenômeno. Não tivemos sucesso.

O voo, apesar de tranquilo, foi cansativo: saímos da Islândia 7:30h chegamos em Paris 13h (considerando as mudanças de fuso)! Até chegarmos no hotel, foi bastante puxado e cansativo.

Saímos do hotel e fomos direto para o Trocadero: sim, fomos ver “ela”, a imponente Torre Eiffel! A cidade estava toda movimentada. Não sei se é porque hoje é sábado, mas nós cruzamos com 2 manifestações e VÁRIAS famílias na rua! No Trocadero mesmo, além de turista, tinham muitas famílias francesas (ou ao menos falavam francês) aproveitando a tarde e admirando os artistas de rua.

Depois de curtirmos também esse clima, fomos pegar nosso ticket para subir até o 3º andar da torre sem pegar filas. Sim, isso é possível de duas maneiras: comprar direto no site da torre, com hora marcada. Quando fomos comprar, não tinha mais: queríamos ver o pôr-do-sol lá, mas é o horário mais procurado. Então fomos para a segunda opção: comprar o mesmo ticket através de agências ou sites de pacotes turísticos. Eu comprei no City Discovery e tive uma surpresa: além o ingresso e de “furar” fila, uma guia nos acompanhou e nos explicou diversos fatos históricos. Foi bem bacana!

Sobre a torre... O que falar? Além de se um “ponto turístico obrigatório” de Paris, vale muito a penas não só apreciá-la “de baixo”, de dia e a noite, como também subir e ver a vista de toda a cidade. Não conseguimos ver o sol se pôr efetivamente, pois estava nublado, mas conseguimos acompanhar as luzes se acendendo aos poucos!

Depois caminhamos um pouco às margens do rio Sena até a ponte Alexandre III, linda!, e fomos jantar no Quartier Latin. Todos já tinham comentado comigo sobre como o bairro e suas ruas eram interessantes, agitadas e gostosas de passear, mas ainda assim consegui ficar surpresa! Muita gente na rua, diversos artistas cantando ou se apresentando, o pessoal curtindo... muito bacana! Destaque para um rapaz que estava na estação de metrô cantando Elvis, Michael Jackson, etc, que estava com uma plateia tão grande cantando e dançando que estava difícil circular! Muito bom!
 
Clara, escrevendo sobre o dia 24 de outubro de 2015. 
 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Cachoeiras do Sul + Blue Lagoon

Total de quilômetros rodados no dia, de acordo com o Google Maps: 260km!

Antes de qualquer coisa, de madrugada nós acordamos e tentamos ver a aurora boreal. Isso porque vimos que o céu estava estrelado, estava frio, e alguns aplicativos que baixamos informavam possibilidade de acontecer o fenômeno. Mas não tivemos sorte...

Hoje foi o nosso último dia na Islândia, então fechamos a “volta na ilha” percorrendo a região sul até chegarmos ao aeroporto novamente.
 
Começamos indo novamente para a Praia Negra, pois como o tempo estava um pouco melhor, queríamos vê-la com mais calma, o que foi bacana! Depois pegamos a outra estrada para chegarmos mais próximo do Dyrhólaey, com uma boa vista da praia!

Depois chegamos na “sessão cachoeiras do sul”. Visitamos um total de 3:

Skógafoss: possui 62 metros de altura e 15 de largura. É possível apreciá-la no nível da queda, ou por cima. Resolvemos subir os 430 degraus para vê-la do alto, e valeu a pena! Dizem que lá praticamente fica um arco-íris constantemente, e nós o “pegamos”. Bem bonito, acaba dando um charme a mais na cachoeira.

Seljalandfoss: uma cachoeira com 70 metros de altura. Não podemos vê-la de cima, mas podemos passar por trás dela. Estava ventando muito, então nos molhamos MUITO! Mas valeu a pena!

Gljúfrafoss: fica logo após Seljalandfoss, tanto que dá para ir andando de uma para a outra. As águas dessa cachoeira caem em um cannion, o que a torna diferente. eu acabei não indo até ela porque eu estava MUITO molhada, mas Dan foi e disse que é muito bonita!

Encerramos nossa visita à Islândia em um dos pontos turísticos mais clássicos: a Blue Lagoon! É uma piscina natural também, porém é um spa, então é muito bem estruturado. Inclusive dá para se hospedar lá, se quiser! Muito bonito, mas também, por ser famoso, é MUITO cheio. Mas tem que ir, não tem jeito!
 

Clara, escrevendo sobre o dia 23 de outubro de 2015.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Geleira e praia preta


Total de quilômetros rodados no dia, de acordo com o Google Maps: 297km!

Antes de sair, fizemos o que recomendei no post anterior: conversamos com o recepcionista do hotel para ver o que ele recomenda, condições da estrada, etc. Sobre a estrada, nada diferente. Mas foi bacana porque ficamos ouvindo histórias sobre Aurora Boreal. Ele até nos deu um cartão postal com uma foto que ele tirou, da aurora com uma pequena erupção vulcânica. Além disso, ele repetiu diversas vezes que a “olho nu” não se tem o mesmo visual de uma fotografia, pois a máquina consegue pegar luminosidade que os nossos olhos não conseguem.

Enfim, nossa primeira parada foi no lago Jökulsárlón. É o maior lago glacial da Islândia, criado há alguns milhares de anos atrás, quando a geleira “migrou” para perto demais do mar, e sua “língua” começou a derreter. Lá nós pegamos um barco para passearmos pelo lago. Além de ser um passeio diferente, o guia ainda compartilha informações interessantes como os filmes que utilizaram aquele local para filmagens ou o motivo de termos icebergs de 3 cores distintas (preto, branco e azul).

A segunda parada do dia foi no parque Nacional de Vatnajökull. O parque possui 4 entradas, fomos para a que fica em Skaftafell, pois é a recomendada para ir até a cachoeira Svartifoss. Vatnatjokull é o maior glacial da Europa e o 3º do mundo, tendo uma calota de gelo com cerca de 8100 quilómetros quadrados e que atinge cerca de 1 quilómetro de espessura. Escolhemos fazer a 2ª menor trilha, para vermos a cachoeira e andarmos um pouco pelo parque. No total foram 2 horas de caminhadas, mas valeu bastante a pena! Além do visual, a cachoeira é bem bonita, com suas rochas em forma de pelares (ou algo do tipo).

O terceiro local que visitamos só paramos porque é algo que fica literalmente no caminho, há 200 metros da estrada 1. Trata-se de Kirkjugólf: trata-se de uma formação natural basáltica que possui formato hexagonal das pedras e por isso é conhecida como “solo de igreja”. É interessante, mas apenas isso.

Por último, fomos para Reynisfjara, praia de areias negras (“farelo” de lava vulcânica) da cidade de Vík. Ela é considerada a número 1 da lista das top 10 praias de areia negra do mundo, e eu particularmente acredito que isso seja por conta do conjunto de colunas basálticas e as formações rochosas no mar e na praia. Se eu não me engano, inclusive ela foi cenário para cenas tanto em Game of Thrones quanto o seriado Sense 8!

Dormimos em Vík, uma cidade de 291 habitantes (dados de 2011). A cidade não tem o que fazer, mas jantamos em uma casinha bem fofa!

PS: ainda sem perspectiva de ver Aurora Boreal...

Clara, escrevendo sobre o dia 22 de outubro de 2015. 
 
 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Fiordes do Leste!



Durante minha pesquisa sobre a Islândia, li em um site o seguinte conselho: sempre antes de pegar estrada, é aconselhável conversar antes com alguém da cidade (recepcionista do hotel, frentista de posto de gasolina, etc.) sobre sua rota para verificar se a pista está com algum problema, se tem alguma informação sobre o tempo, ou qualquer outra coisa que possa interferir no seu percurso.

Depois do que aconteceu ontem, resolvemos seguir esse conselho e fomos conversar com a recepcionista. Foi a melhor coisa que fizemos, pois ela não só confirmou que as estradas que queríamos pegar era a melhor opção, como comentou sobre o fato de que o túnel fecharia em um determinado período e que estava previsto vento muito forte em um trecho perigoso. Com isso, nós reestruturamos o roteiro para evitar esses contratempos, e foi a melhor coisa que fizemos!

Escolhemos fazer o trajeto pegando a estrada 92, depois 96 e por fim a 1. Com isso, pegamos um trajeto maior de fiordes, porém com pistas mais seguras. O tempo não estava bom, mas mesmo assim posso afirmar que a estrada é linda demais! Montanhas, cachoeiras, tuneis, mar, lagos... Realmente vale a pena ir para a região sul por esse trajeto!

Chegamos no hotel relativamente cedo, fizemos check in, e o recepcionista recomendou irmos em dois lugares. Fomos primeiro na vila viking, montada para um filme que acabou não sendo filmado. Lembram que a recepcionista do hotel comentou sobre o vento forte? Então, quando chegamos perto do local o vento estava tão forte que balançava o carro. Então desistimos e fomos para a 2ª sugestão.

No meio do caminho vimos algumas “línguas” da geleira Vatnajökull, e identificamos uma estrada que poderia chegar perto de uma dessas saídas (exatamente na Hoffellsjökull). Apesar de não ter praticamente ninguém, resolvemos arriscar. Valeu muito a pena! Realmente não tinha ninguém, mas a chuva tinha dado uma trégua. Então não só chegamos até bem perto, como Dan tocou em uma “pedra” imensa de gelo azul (não fui porque fiquei com receio da terra molhada, minha bota não é a prova d’água).

Depois chegamos no 2º local indicado pelo recepcionista: uma guesshouse chamada Brunnhóll, que faz seu próprio sorvete com os ingredientes deles mesmo. Compramos o sorvete de menta, mito bom! Valeu a pena!

De noite comemos no próprio hotel, restaurante Osinn. Um pouco caro, mas tudo que comemos é MUITO bom! E vimos que o mesmo é frequentado não apenas pelos hospedes, como também pelos moradores da cidade de Höfn, que tem +/- 2.500 habitantes.

Clara, escrevendo sobre o dia 21 de outubro de 2015.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Neve e susto

Hoje foi mais um dia puxado. Não apenas na quilometragem percorrida (358km), como também na quantidade de “atrações” que planejamos visitar!
Akurary (cidade onde passamos a noite) é bem próximo ao lago Lago Mývatn, região que concentra diversos lugares interessantes para serem visitados. Olha que não fomos para todos, tivemos que selecionar os que achávamos mais interessantes – e que não tomasse muito tempo. Para quem gosta, muitas das cenas “beyond the wall” de Game Of Thrones foram gravadas aqui!
Começamos com as pseudo crateras (Skútustaðir): grandes buracos como se fossem pequenos vulcões, formadas a partir de bolhas de vapor causado pela lava que rebentaram ao terem contato com água. As pseudo crateras desta região são as maiores da Islândia. É uma paisagem diferente e muito bonita, especialmente por causa do lago.
Depois passamos pelo campo de lava Dimmuborgir: área composta por várias cavernas vulcânicas e formações rochosas bem interessantes. Seria como se fosse um conjunto de castelos e torres negras criadas pela lava de um vulcão há 2000 anos. No local tem diversas trilhas para serem exploradas, todas muito bem sinalizadas. Fizemos a segunda menor e passamos por formações bem bacanas, e até uma caverna (pequena)!
A terceira parada foi na Cratera vulcânica Hverfjall. Ela foi “criada” há 2700 anos por uma erupção cataclísmica. Possui uma forma perfeitamente cónica e simetricamente circular e domina completamente a paisagem de Myvatn. Nós subimos os 463 m de altura e, apesar de muito cansativo, vale bastante a pena! Não só para ver o “buraco” dentro todo coberto de areia preta, como também apreciar a vista da região!
No caminho para ir para a próxima atração, passamos por um lago azul que estava saindo fumaça bem do lado da estrada. Quando vimos, tinha uma placa informando um local (Jardbödin) que tinha a piscina natural, além de café e banheiros. Como eu estava com fome, fomos lá para dar uma olhada. Resultado?!?! Mesmo com a temperatura de 2ºC, nós entramos na “piscina”. Que fique bem claro, na verdade é uma área natural, com água saindo da região geotérmica, tanto que o cheiro de enxofre era muito forte! Ainda assim, é algo característico do país: poder tomar banhos nesses locais ao ar livre, com o frio da cabeça para cima! A temperatura da água estava em torno de 30º ou 35ºC, uma delícia! Agora, e a coragem pra sair de lá? Ainda bem que meu marido lindo saiu antes de mim, pegou as toalhas e foi me “buscar”!
Quando estávamos saindo do local, começou a nevar!! Lindo demais! Pena que já tínhamos saído da piscina! Foi bonito acompanhar como o visual da viagem foi alterando. Mudando até demais, como vocês lerão mais adiante...
Fomos então para a cratera Viti: ela está cheia de água que reflete a cor azul do céu. Muito bonita vista lá de cima e a vista da parte interna da cratera. Mas não deu para curtir muito porque começou a nevar bastante. Como essa parte ficava no topo da montanha, vimos rápido e não fomos para o parque/região Leirhnjúkur (área geotérmica resultado da erupção do vulcão Krafla, em 1984). Nós queríamos muito ir, era uma das atrações que mais esperávamos do dia, porém o respeito à natureza falou mais alto, e voltamos para a estrada principal (Ring Road, “1”).
Quando a neve aliviou um pouco, nós estávamos perto de uma das estradas para visitar as cachoeiras Dettifoss e Selfoss. A primeira é a queda d’água de maior vazão da Europa (aproximadamente 200 metros cúbicos por segundo), enquanto a segunda fica um pouco mais afastada, é menos poderosa, mas é mais bonita (eu achei). Para chegar até elas, você pode pegar ou a estrada 862 (mais curta, que fica antes da ponte que fica na estrada 1) ou a 864 (mais longa, após a ponte). Foi a melhor escolha que fizemos: pela 862 nós temos uma visão de frente da Dettifoss. Recomendo!
Depois de caminharmos um pouco por lá (com neve fraca sobre nós), era hora de pegarmos estrada (140km) para o hotel onde passaremos a noite. Logo no início o sono pegou Dan (ele estava dirigindo desde o início do dia) e pediu para eu dirigir um tempo. Rapaz... uns 10 minutos depois dele dormir começou a nevar forte... até aí tudo bem, diminui a velocidade e continuei o percurso. Porém a nevasca foi piorando cada vez mais. Teve um primeiro momento que o alarme do celular de Dan tocou, ele acordo e tomou um susto: estava tudo branco, mas ainda dava para ver a marcação da pista. Sim, comentário interessante: TODAS as estradas asfaltadas que pegamos até agora possuem nas duas margens umas estacas de madeiras pintadas de amarelas com um adesivo luminoso na ponta, porém praticamente não tem acostamento. Enfim, eram essas marcações que davam para ver, com um pouco do asfalto (onde outros carros já tinham passado e estava sem neve). Então parou um pouco de nevar, ele voltou a dormir, e eu fiquei atenta para ver se aparecia algum posto ou café de beira de estrada para pararmos. Porém, essa região é bem deserta, com saídas para outras cidades que também eram afastadas, então resolvi manter na estrada principal (a tal Ring Road / estrada 1). Depois de um tempo, eu acordei Dan: não dava para ver mais nada, só as marcações de, no máximo, 30 metros pra frente, o resto estava tudo branco, inclusive a estrada estava toda coberta de neve! Diminui a velocidade para uns 40km/h e segue o caminho. Nada está tão ruim que não possa piorar, né? Então, a neve começou a diminuir, porém veio neblina + chuva, o que piorou o meu campo de visão! Diminui ainda mais a velocidade, para 20km/h, e segui viagem. Depois de um tempo começamos a descer, e começou a melhorar, até que ficou tudo bem outra vez. Pelas minhas contas, foram uns 50km nesse sufoco...
Dicas muito importantes para quem pretende vir para a Islândia, baseado nas experiências do dia:
1) Caso você não vá fazer camping ou não pretende alugar um trailer, alugue pelo menos um 4X4. Mesmo que não tenha intenção de andar nas estradas de barro batido ou cascalho.
2) Tenha o aplicativo 112 Iceland. 112 é tipo o 991 dos EUA, é o contato para emergências daqui. Aconselham que, antes de vir para cá, você compartilhe com eles o roteiro da viagem (não fiz isso e, depois dessa nevasca, me arrependi). Além disso, eles têm um aplicativo no qual você se cadastra, coloca um contato para casos de emergência, e basicamente possui apenas 2 botões:
- Check in, que você deve fazer ao longo do seu percurso para eles terem seu histórico mapeado e facilitar na localização, caso necessário (durante todo o sufoco eu pedia para Dan fazer check in).
- Emergency: em caso de emergência, ao clicar aqui, seu celular enviará a localização exata de onde você está para que eles possam te encontrar com maior brevidade.
3) Aconselho vir para a Islândia com uma bota mais resistente. Mesmo se você não for fazer as trilhas mais fortes, tem situações que o tênis normal não te deixará tão seguro.
4) Tenha sempre uma garrafa de água e umas comidinhas contigo. A água da Islândia é uma das mais puras, então você poderá enche-la em qualquer lugar. Nós sempre saímos do hotel com ela cheia! E como você pode passar grandes trechos sem ver um café ou restaurante, é bom ter água e lanche sempre à mão!
PS: não, nem pensamos em tirar fotos durante a nevasca... Ficaremos devendo essa.
Clara, escrevendo sobre o dia 20 de outubro de 2015.

Longa viagem de carro

Hoje foi um dos dias mais longos em termos de viagem de carro: 426km!
Antes de descrever a viagem, tenho que recomendar o hotel que ficamos em Borgarnes: foi o Icelandair Hotel Hamar. Ele fica um pouquinho aastado da cidade (5km, ou nem isso). Mas o objetivo de termos escolhido ele foi tentar ver a aurora boreal (não deu certo). Quando chegamos lá, por fora achamos horrível, parecia um daqueles hotéis estadunidenses de beira de estrada... Mas, ao entrarmos, muito bom (para um hotel 3 estrelas)! O quarto muito confortável, o banheiro todo novo e espaçoso, e a vista... Indescritível!
Iniciamos nossa viagem relativamente cedo, umas 8:30h. Como era uma viagem longa, resolvemos ir praticamente direto para o nosso destino “final”, com direito a apenas 1 parada. Como no post anterior já comentei sobre a estrada e sinalização como um todo, aqui vale comentários sobre a paisagem. Sensacional! Passamos por vales, cachoeiras, diversas montanhas, lagos que pareciam espelhos... Por diversas vezes diminuíamos a velocidade para apreciar a vista! Porém, durante o trajeto, pegamos MUITA chuva. Como tem muito trecho que beira um “barranco”, então todo cuidado é pouco!
Ainda sobre a chuva, foi uma viagem longa, e ela deu trégua poucas vezes. Porém, ao chegarmos à nossa primeira – e única – parada, não é que Santa Clara nos deu um presente? Isso mesmo, o sol apareceu e tornou a paisagem ainda mais bonita! 
Nossa parada foi em Goddafoss: cachoeira/queda d’água que se distingue por ser bastante larga e na realidade composta por várias quedas, lado a lado. Apesar de relativamente pequena (quando comparamos, por exemplo, com Gullfoss, ela é linda! Com certeza merece parar o carro e fazer as diversas trilhas que tem ao seu redor!
 
Depois voltamos para a cidade onde dormiríamos hoje: Akureyri. Como chegamos relativamente cedo (umas 15h), Dan aproveitou para colocar umas roupas para lavar, passeamos um pouco pela cidade e fizemos um “almojanta” no restaurante italiano Bautinn. Bonzinho, mas nada de mais.
  
 
 
De noite, fizemos uma das coisas mais esperadas (por mim) no trecho da Islândia: pagamos por um passeio para “caçar” a aurora boreal. Lembram que eu comentei da chuva? Parou, porém ainda estava um pouco nublado. Mesmo assim, nós fomos. Antes de descrever o passeio, deixa eu matar logo a curiosidade: nós conseguimos ver a aurora boreal, mas foi MUITO fraco, no tom cinza, e onde ficava mais forte tinha nuvens na frente. Então eu considero que não vi! Foi tão pouco que o próprio cara do tour falou que, quem ficasse na cidade na noite seguinte, poderia “caçar” novamente.
Em relação ao passeio, ele literalmente consiste em estarmos dentro de uma van e o rapaz, de acordo com a experiência dele, vai para alguns pontos que ele conhece, fica conversando por todo o tempo com outras pessoas no telefone para encontrar os lugares onde estão acontecendo o fenômeno. Uma coisa que descobrimos: precisa ter uma máquina fotográfica que permite configuração manual para conseguir fotografar algo! E não, a nossa não tem isso (e nem celular)... Ou seja, mesmo que tivéssemos conseguido ver, não teria nenhuma foto para postar aqui.
Detalhe: achamos brasileiras na Islândia! Sim, estamos em todo o mundo, não tem jeito...
 
Clara, escrevendo sobre o dia 19 de outubro de 2015.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Golden Circle

Tiramos a manhã para conhecer a capital! Primeiro fomos até a prefeitura de Reykjavik (Radhus). Como ela ainda estava fechada, não deu para ver o mapa em 3D que ela possui de toda a Islândia. Então só demos uma volta do local, que é uma graça! De lá passamos pela frente da Harpa (um prédio lindo, no qual funciona um centro multicultural) e fomos ver de perto a escultura de aço que representa um barco Viking (Sun Voyager / Sólfar Suncraft). Um dos símbolos da cidade, representa os barcos vikings que chegaram na baia de Reykjavik (que significa “baia fumegante”). A escultura é perfeitamente direcionada a posição do pôr do sol no dia do Solstício de verão.
Continuamos nosso tour pela cidade indo para os dois pontos recomendados para se ter uma vista bacana da capital. O primeiro foi Hallgrímskirkja (Igreja Hallgríms) a maior e mais alta igreja da Islândia, é sem dúvida o símbolo mais fotografado de Reykjavík, podendo ser vista de qualquer ponto da capital. Pagamos uma pequena taxa para subir a torre de elevador – a vista da cidade é bem bonita, vale a pena. O segundo foi a Pérola (Perlan): cúpula futurista de vidro, construída em 1991, fica no alto de cinco tanques cilíndricos enormes que armazenam 24 mil toneladas da água aquecida pelo poder geotérmico. No quarto andar tem um deque de observação grátis com uma vista 360º sobre a cidade.
Depois nos despedimos da capital e começamos nossa peregrinação pela Islândia. Iniciamos pela Cratera Kerið. Cratera pequena, mas de com um lindo formato redondo, formada há 6.500 anos pela queda de uma câmara de magma no final de uma erupção vulcânica. É cobrado uma pequena taxa para ter acesso, mas vale bastante a pena visitar. O tom do “lago” formado na cratera é um verde maravilhoso! Ficamos lá pelo menos uns 45 minutos dando a volta ao redor do lago e depois descendo até ele (agua gelada!!!).
A segunda parada foi na cachoeira Gullfoss. Não vou aqui comparar com outras maravilhosas que já vi como Niagara ou Foz do Iguaçu, mas nem por isso Gullfoss deixa de ser linda e impactante, afinal, é uma das maiores da Europa. Lá tem trilhas para você visita-la tanto por cima quanto por baixo. Está última apenas Dan foi, pois estava molhando muito e eu fiquei com receio de voltar a ficar gripada...
Terceira parada, acredito que um dos pontos turísticos mais clássicos (se não o mais) da Islândia: a região dos Gêiseres. A região geotermal é fascinante, cheia de fontes quentes, fendas cheias de fumaça saindo, lama colorida em várias cores minerais, piscinas naturais cor de turquesa incrustadas com sílica, e um gêiser que ainda “funciona” regularmente. O Geysir “original” parou de “cuspir água”, porém Strokkur (A Batedeira) “espirra” muita água a cada 5/10 minutos, mais ou menos. Cada erupção varia em tamanho, então vale a pena esperar para ver algumas vezes. Enquanto estávamos no local, ele jorrou água umas 6 vezes! Para quem não sabe, um geyser é um jato de água que sai furiosamente da terra depois de um lençol freático entrar em contato com rochas quentes ou lava vulcânica. A água vai aquecendo gradualmente e, quando atinge determinada pressão, acaba por subir. Ver um geyser atualmente é uma coisa consideravelmente rara, já que só existem mil deles no mundo todo.
Por fim, concluímos o tour de hoje no Thingvellir National Park, local do primeiro parlamento do mundo. Trata-se de um vale em uma fenda cercado por penhascos a leste e oeste, fica bem em cima da divisa das placas tectônicas. Mesmo chegando quando o sol já estava se pondo, ainda foi possível passearmos um pouco por lá. Muito bonito, com uma vista completamente diferente do que estamos acostumados.
Comentários gerais sobre a Islândia: pelo menos neste primeiro dia, tudo estava muito bem sinalizado. Mesmo que você não tenha um GPS ou mapa, sabendo pelo menos em qual estrada encontra-se a atração que você quer visitar, você conseguirá chegar. As estradas também estão perfeitas. Ok, não arriscamos passar por nenhuma estrada secundária, muito menos as “de rally” (todas que começam com um “F” antes da numeração). Mas ainda assim, bem tranquilas e seguras de serem percorridas.
Dormimos na cidade de Borgarnes, para amanhã darmos continuidade à maratona!
 
PS: total de quilômetros rodado: 283. 
 
Clara, escrevendo sobre o dia 18 de outubro de 2015.

Início da segunda etapa - Islândia

Acordamos cedo pois o voo para a Islândia saía do aeroporto de Gatwick às 12:30h. Pegamos o mesmo Expresso da vinda, que chega no aeroporto em mais ou menos 25minutos.
Antes de continuar, tem uma dica muito importante. Em todos os blogs e sites que pesquisei, falavam que era melhor comprar a moeda Islandesa no aeroporto de Londres – ou outro país de onde você esteja saindo do continente em direção à ilha. NÃO FAÇA ISSO! Antes de irmos para o aeroporto, vimos no Banco central (Brasil) qual era a cotação do Krona (Coroa Islandesa): 1 Euro = (+/-) 140 Krona. Quando fomos para o aeroporto de Londres, 1 Libra (que vale mais que o Euro) estava 144,70 Krona! Resolvemos arriscar comprar no aeroporto da Islândia, e foi ótimo! 1 Euro = 137,10 Krona; 1 Libra = 186,54 Krona! Com isso, pela nossa experiência, sugiro comprar uma moeda forte (Euro ou Libra) e fazer o câmbio no próprio aeroporto da Islândia!
 

O voo foi tranquilo. Apesar do avião pequeno, era confortável. Chegando na terra do gelo e do fogo, duas imagens marcaram: como estava nublado (e permaneceu assim o dia inteiro) e como praticamente não existem árvores no país!
Pegamos o carro alugado e seguimos para os dois pontos turísticos que visitamos antes de ir para a capital. Aqui, gostaria de fazer uma recomendação: se você não tiver a intenção de ficar apenas na capital, depois de toda a pesquisa que fiz posso afirmar que recomendo alugar um carro, principalmente se você for em uma época em que ainda não esteja nevando, e as estradas estejam “limpas”. Tudo que eu li comenta que os passeios e/ou taxis acabam deixando a viagem mais cara. Porém, se o objetivo é permanecer em uma única cidade (o que eu acho um desperdício), então não precisa alugar o carro.
Não sei se todos sabem, mas a ilha fica em cima de duas placas tectônicas: a da euroasia, e a da américa. Esse é, inclusive, um dos motivos pelo qual a Islândia possui tantos vulcões e terremotos. Sabendo disso, nossa primeira visita foi à Ponte dos dois continentes (ou Bridge America – Europa). Apesar de ter apenas 15 metros, a ponte para pedestres é a única oportunidade para passar da Europa para a América caminhando, sobre a maior fissura entre as placas tectônicas que ligam os dois continentes. O curioso é que fica bem visível as duas placas, separadas por um pequeno vale. Agora, verdade seja dita: o vento e o frio estavam tão fortes que nós aproveitamos, mas não tanto... teve uma hora que o vento só fez jogar “areia preta” (antigas lavas, diga-se de passagem) em nossos rostos... Mas foi divertido!
A segunda parada foi na região geotermal de Gunnuhver. De longe já víamos uma fumaça saindo “da terra”. Chegando lá, parecia mais uma aula de geografia: do chão brotavam água e vapor, além do cheiro forte de enxofre. Por todo o caminho tinham diversos avisos sobre a alta temperatura da região, que não deveríamos chegar muito próximo ou mesmo pisar no local. Bem interessante!
De lá, fomos para a capital. Já chegamos tarde, então não foi possível pegar as lojas abertas. Então só jantamos em um bar próximo.
Perspectiva ruim: pelo que conversamos com algumas pessoas, e previsão do tempo, não teremos chances de ver a aurora boreal... O tempo está muito fechado, e sem expectativa de melhora... Até disseram que na semana passada teve, mas que para esta semana estaria difícil... Vamos ver!
Clara, escrevendo sobre o dia 17 de outubro de 2015