domingo, 2 de outubro de 2022

Último dia + Despedidas Parte 2

Último dia nesse país que só me surpreendeu positivamente, e será em Katmandu, cidade onde começamos nossa peregrinação.

Acordamos sem despertador, justamente para descansar e curtir o dia sem estresse. Quando fomos para o café da manhã, outra excelente receptividade do pessoal do hotel. Umas 3 pessoas reconheceram a gente e perguntaram por onde estávamos, se tínhamos gostado. Eu estava com o tilak (3o olho nepalês) que a Bimala (cozinheira da 2a escola) tinha me dado e todos perguntaram onde tínhamos conseguido, disseram que estávamos lindas com o tilak, e uma das meninas (não lembro o nome) até corrigiu onde eu devia colocar o meu. Curioso que, em uma pesquisa e pelo que me falaram em Besisahar, o 3o olho é ligado ao hindú e representa o centro da energia, da consciência e da espiritualidade. Já aqui em Katmandu, várias pessoas disseram que representa mulher casada, que solteiras também usam mas que costumam usar de outra cor... Enfim, foi ótimo rever o pessoal do hotel no café da manhã!

Depois de nos arrumarmos, Rapha nos encontrou e fomos explorar Thamel no modo Papillon / Putali. Isso porque logo quando nos conhecemos, no jantar pré projeto, ele comentou que é tipo Papillon, vê algo de interessante, vai atrás para explorar (aí o apelido pegou, claro, e descobrimos que borboleta em nepalês é Putali...). Fomos explorar templos e lugares que Val e eu ainda não conhecíamos!

Primeiro fomos para Shree Gha temple, um templo budista lindo, escondido no meio de Thamel. O curioso foi que Val e eu já tínhamos passado por ali, e mesmo assim não tínhamos entrado nessa viela... Nessa mesma pracinha tem o Dharma Kirti Bihar, que dentro tem um cenário LINDO contando a história de Buda. Vale muito à pena explorar essa parte!

De lá, adivinhem para onde fomos? Visitamos nosso amigo Pradip, em sua loja de chás e incensos. Ele lembrou da gente, foi uma festa! Novamente fez chá para nós, dessa vez chá verde. Ficamos lá um tempão e fizemos várias compras. Até Rapha sentiu a boa energia do Pradip e comprou um monte de coisas. Ele também achou o máximo estarmos usando o tilak, disse que ficávamos belas com ele. Aqui um parêntese, vários nepaleses (homens e mulheres) nos perguntavam sobre o tilak, achando o máximo estarmos usando e nos parabenizando por isso! Voltando, após mais de uma hora de conversa e investigação sobre as coisas da loja, pagamos as compras e, de repente, não é que ele dá uma embalagem de massala tea para cada um de nós (inclusive Rapha)? Sério, me emocionei! Foi fofo! Claro que tiramos nova foto com ele...

Seguimos para o cruzamento onde fica o Akash Bhairab Temple para nos despedirmos o Lassi. Bebi alguns goles do de Val, claro. Outra coisa bacana foi ver o templo sem a oferenda na frente que tinha durante o festival da Kumari (período da nossa primeira estadia em Katimandu). A faixada é linda, valeu super a pena passar por lá novamente!

Próximo destino foi mais um templo budista que Val e eu não tínhamos ido, o Roni Pokhari. Não tenho detalhes do que ele representa (estou escrevendo do avião, sem acesso à Internet), mas sei que é budista pelo seu formato. Além disso, posso descrever que fica no meio de um lago, rodeado por ruas mega movimentadas. Curioso que eu olhava para as ruas, e ouvia e sentia o caos da cidade. Aí olhava para o monumento, e parecia que entrava em uma cortina e sentia a calmaria. Muito doido!

Seguimos nossa peregrinação passando por diversos pequenos templos (lembram meu comentário de que cada esquina tem algo?), paramos na loja de Samosa (Rapha e Val comeram uma, eu peguei um pedaço da de Val), passamos pelo "bazar a céu aberto", vimos diversas lojinhas... Foi bem divertido!

Por volta das 13:30 Val e eu voltamos para o hotel, nos arrumamos, fizemos check out, deixamos as malas na recepção e encontramos novamente Rapha para almoçamos. Eu queria comer um Dal Bhat (juro, queria provar algo diferente do que comi nas escolas), então fomos no restaurante The Best Kathmandu Kitchen, restaurante bem local que Rapha já tinha ido. Comi o Dal Bhat de frango (bom, mas não comi todo), Val comeu Momo, Rapha comeu um prato doido e um Momo meio steam meio frito (esqueci o nome), provei o dele e gostei!

Voltamos para o hotel para pegar o transfer, e aqui duas  despedidas especiais... Primeiro, claro, com Rapha. Ele, fofo, tinha preparado um pequeno discurso em português para a gente. Me emocionei toda... Pensem em um cara de coração bom? Foi lindo, eu não consegui falar muito, Val fez um discurso lindo pra ele... Foi emocionante! E estávamos todos lá emocionados, chorando, e quando percebemos, Probina (recepcionista do hotel) estava do lado esperando para se despedir de nós duas. Gente, fofa! Ela estava pronta para ir embora, de capacete, nos esperando... Outra emoção, sério! Inesperado, sabe? Muito fofa, ela!

Pegamos o transfer e fomos para o aeroporto. Não é que lá as pessoas também ficaram puxando papo conosco por causa do tilak (3o olho)? A pessoa do check in, o cara da alfândega, a mulher da segurança... Ela até me perguntou se eu falava nepalês! O pessoal da sala VIP também veio puxar o assunto, dizer que o tilak combinava conosco! Bem curioso isso! Ah, outra coisa curiosa: depois de 20 dias no Nepal, só na sala VIP que ouvimos alguém falando português do Brasil além do grupo do voluntariado... Só na Islândia tinha acontecido de eu não me esbarrar com algum brasileiro...

E assim terminei mais uma viagem, mais uma jornada internacional. Deixei de escrever várias curiosidades sobre o Nepal, mas é porque é MUITA coisa! O país é riquíssimo de cultura, culinária, curiosidades... Mas as postagens estavam tão grandes que acabei tendo que priorizar o que escrever. Conversando com Val no aeroporto, cheguei à conclusão que, para mim, a melhor parte da viagem foram as pessoas, sério! Tanto os nepaleses (pessoas de loja, guias, motoristas, pessoas do hotel, as crianças das escolas), quanto os voluntários (da Karibu e / ou os avulsos...). Um resumo que gostaria de fazer: quem tiver oportunidade, vá conhecer o Nepal! Mas tem que ir de cabeça e coração aberto, para focar nas coisas boas e ricas do país, e não as cusparadas que os nepaleses dão no meio da rua, no lixo cujo sistema de "coleta" é inexistente, ou nos bichos e sujeiras duvidosas... Ir para sentir essa energia diferente e especial que o país possui!

Clara, escrevendo sobre o dia 30 de setembro de 2022, sexta-feira.