sábado, 22 de março de 2025

Início da despedida

Em teoria, hoje passaríamos um dia inteiro em um ashram. As atividades começam 05:20, logo... Acordamos 04:30 da manhã! 

Primeiro a definição. De acordo com o Copilot, ashram é um local dedicado à prática espiritual e à meditação. Tradicionalmente, os ashrams eram eremitérios onde sábios viviam em paz e tranquilidade, afastados das áreas urbanas, em meio à natureza. Hoje, eles são comunidades intencionais que promovem a evolução espiritual dos seus membros através de práticas como yoga, meditação e estudo das escrituras sagradas. Em Rishikesh parece que tem 3 mais famosos, e foi escolhido para irmos no Anand Prakash Yoga Ashram, pois oferece um "day use". Chegamos lá, ainda estava escuro, e estava acontecendo o excecicio de meditação guiada. Quando sentamos na sala, foi me dando um negócio... Sei lá, não gostei... Achei chato, estranho, não consegui relaxar... Quando terminou a meditação, resolvi voltar para o hotel (era pertinho).

Chegando no hotel, eu fui dormir. Pensem em um sono maravilhoso? Eu estava muito cansada! Acordei umas 8h, tomei banho, lavei a cabeça e fui tomar café. Chegando lá, eatavam tanto as meninas que não tinham ido quanto as que tinham ido (preferiram tomar café da manhã no hotel, pois no ashram seria bandeijão vegano.

Umas 10h fomos fazer comprinhas na cidade. Hoje foi o dia que resolvi comprar todos os presentes: chás, especiarias e incensos. Fomos passeando pelas lojas, entrando, explorando, foi divertido. Na hora do almoço passamos pelo Café Beatles. Gente, que vista maravilhosa! Paramos lá para almoçar. Além da vista, a comida estava bem saborosa! Eu comi um crepe bem bom!!


Depois passeamos mais um pouco e voltamos para o hotel. Eu sentei na varanda e fiquei escrevendo no blog, ouvindo música, curtindo a tarde e a vista para o rio Ganges! Foi muito bom, e eu diria até necessário. Após o pôr do sol (e a cerimônia do fogo do hotel, que eu vi do quarto), fui arrumar as malas.


De noite Renata e eu saímos pra jantar no Terracota, mesmo restaurante de ontem. Comi ovo, naan (pão delicioso indiano) e chocolate quente! Depois Ane, Tati e Kiki se juntaram a nós, jantaram e voltamos pro hotel. 

Dia bem tranquilo, leve. Do jeito que eu precisava. Com alguns apertos no coração ao longo do dia, pois foi "caindo a ficha" de que a viagem está acabando, mas foquei em transformar isso em gratidão por ter tido a oportunidade de fazer essa viagem com esse grupo de mulheres incríveis!

Clara, escrevendo sobre o dia 21 de março de 2025 

sexta-feira, 21 de março de 2025

Dia intenso em Rishikesh

Nem acredito, mais um dia em que acordamos após às 7h! O despertador tocou às 07:30, para despertarmos com calma para o café da manhã. Oficialmente hoje era o dia livre da viagem, mas programamos VÁRIAS coisas... Vou colocando por tópicos para ficar mais fácil.

Yoga com Swati Yogashala
A Rê, nossa líder / guia, tinha incluído no nosso pacote uma aula de Yoga com esse cara aqui no hotel. Não sei nem a melhor forma de descrever a aula... Foi maravilhosa, intensa, misturando conceitos de cada posição, explicação da melhor forma de fazê-las para evitar dores no corpo e as respectivas execuções. Além disso, ele soube que iríamos na caverna de Jesus, e começou a falar sobre as cavernas como um todo, a luz e a escuridão, fazendo um paralelo com felicidade... Em diversos momentos houve muita emoção, foi uma aula bonita.


Rafting no Ganges
Sim, fiz rafting, mergulhei e engoli água no Rio Ganges. Preciso dizer que a etapa mais perigosa, ou que eu senti mais medo, foi no trânsito. Lembro que já falei do tuk tuk que peguei que ficou na contra-mão e Old Deli, e falei com pouco em Varanasi, mas aqui o cara conseguiu me deixar realmente apreensiva. Pegamos um 4 X 4 da própria empresa de rafting para ir até o barco. Foram uns 25 minutos de estrada cheia de curvas nas quais o cara andava na contra-mão para ultrapassar, vindo carro no outro lado ou não. Ele não ligava. Teve um momento que Kiki, uma das meninas do grupo, pediu para ele ir mais devagar. Resultado, ele foi a 15km/h (literalmente, eu vi o marcador). Começou a descida do rio só nós 4 (Kiki, Ana, Roberta e eu) e os dois que guiavam o barco. Muito legal, rimos e gritamos horrores! Passamos por 4 quedas médias, das quais 2 se chamavam Roller Coaster e Power of God. No meio do caminho caímos no rio (de propósito). Rapaz... Pensem em uma água absurdamente gelada... Nunca senti isso! Chegou um momento em que comecei a sentir alfinetadas nas pernas, imediatamente pedi para o cara me colocar de volta ao barco... Depois encostamos em outra parada para 3 pessoas entrarem. Com todo o respeito, eles estavam fedendo muito... Não conseguíamos nos concentrar... Passamos por mais 2 quedas (uma delas chamada Mickey Mouse), e no meio eles caíram no rio (amenizou o cheiro, mas logo depois eles soltaram um arroto alto que afemaria... Enfim, mas valeu muito a pena!


Vashishta Guha + Gruta de Jesus
A Vashishta Guha é uma caverna histórica onde o sábio Vashishta, guru de Rama, teria vivido. Esta caverna tem sido um local de meditação para muitos iogues ao longo dos séculos (fonte Copilot). A caverna é muito pequena, muito mesmo, devem caber umas 15 pessoas lá dentro. Alem disso, ela é muito escura. Rê (e o professor de Yoga) nos avisaram que a gruta tinha uma energia forte. Mas quando eu cheguei, eu me senti estranha. Parecia que a energia estava parada, não sei explicar. Não me senti confortável. Depois de um tempo, foi chegando um monte de gente com a lanterna do celular ligada, fazendo barulho... Não sei, não curti. 
De lá andamos mais um pouco para irmos para a Caverna de Jesus. Há uma tradição que sugere que Jesus passou parte de seus "anos perdidos" na Índia, incluindo um período em Rishikesh. Perto da famosa Vashishta Guha, há uma caverna conhecida como a "Caverna de Jesus". Esta caverna, situada nas margens do rio Ganges, é associada à ideia de que Jesus meditou ali durante sua estadia na Índia. (fonte Copilot). Se a anterior era pequena, essa é um buraco na rocha, juro. Achei ok. Agora, a vista... Maravilhosa! Ela fica em frente ao rio Ganges, com a cor verde linda! Valeu pela vista, mas confesso que se eu soubesse como era, não teria ido.

Massagem no hotel
Voltei e fui direto para a massagem no hotel (na verdade eu já estava atrasada...). Fiz uma anti stress com aromaterapia. Pensem em uma coisa maravilhosamente gostosa? Afff, valeu cada segundo!

Sessão Sound Healing
De novo, direto, fui pro Sound Healing que marcamos para o grupo, dentro do hotel. Para quem não sabe, "Sound Healing é uma prática terapêutica que utiliza vibrações sonoras para promover relaxamento e cura. Durante uma sessão de Sound Healing, instrumentos como tigelas tibetanas e de cristal, gongos, e diapasões são usados para criar sons que ajudam a equilibrar o corpo, a mente e o espírito. Essas vibrações sonoras podem reduzir o estresse, aliviar a dor e melhorar o bem-estar geral" (fonte Copilot). Curioso que, no início, minha cabeça estava super agitada, eu pensando em um monte de coisas. A cada batida nas tigelas, meu corpo começava a vibrar, especialmente as partes / membros superiores, e de novo, e mais uma vez, e apaguei (ou sei lá pra onde fui). Despertei (sem acordar / abrir os olhos) com um clarão amarelo, juro! Depois uma cor azul muito forte! Fui pesquisar e, segundo o Copilot, o amarelo significa que eu estava trabalhando o chakra do plexo solar, relacionado a confiança e poder pessoal, intelecto e criatividade. Já o azul está ligado ao chakra da garganta, relacionado à calma, tranquilidade, comunicaçãoe expressão. Saindo da sessão, foi curioso como cada uma viu ou sentiu cores / coisasdiferentes... 


Almojanta
Quando terminou, eu estava morrendo de domo (eram 20h e eu só tinha tomado café). Fui com as meninas do grupo em um café ao lado do nosso hotel. Peguei um chocolate quente (que no hotel da gente não tem) e uma omelete (ovooooo, proteína! Kkkk), além de uma massa que estava picante, então acabei não comendo muito ela...

Clara, escrevendo sobre o dia 20 de março de 2025

quinta-feira, 20 de março de 2025

Explorando Rishikesh

Adivinhem? Hoje acordamos em um horário descente! Ou melhor, estávamos programadas para acordarmos às 07:30, mas eu acordei 05:30 (o corpo acostumou...).

A primeira atividade do dia foi fazer Yoga no hotel. A aula foi muito boa! Foi um pouco mais acelerada do que estou acostumada, exigiu bastante do corpo, mas eu gostei muito.


Tomamos café (não tinha ovo... Ainda bem que eu trouxe proteína em pó), e fomos caminhando até chegarmos às margens do rio Ganges, que fica pertinho do hotel. Água GELADA, mas vista incrível! Coloquei meus pés e minhas mãos apenas na água, mas Karen e Tati entraram completamente. Ficamos lá um bom tempo conversando, curtindo a manhã que estava linda e ensolarada!

Voltamos para o hotel, tomamos banho e fomos para o Asharam dos Beatles (hoje  Chaurasia Kutiya). Sua popularidade aconteceu quando o centro de meditação no final dos anos anos 60, início dos anos 70 recebeu os integrantes da banda inglesa que vieram a Rishikesh e se hospedaram no então asharam de Maharishi Mahesh Yogi, buscando por espiritualidade e transcedência. Esse período em que ficaram em Rishikesh foi um período extremamente produtivo para a banda, eles compuseram grandes sucessos lá, a maioria foi parar nos álbuns The White Album e Abbey Road. O lugar é imenso, com vista para o rio Ganges, e de uma tranquilidade maravilhosa! Muitas das estruturas ainda estão lá, principalmente os Meditation Caves, que foram construídos com pedras do rio. É realmente impossível passear por lá e não ficar imaginando como o espaço funcionava naquela época... Outra coisa bacana é que existem diversos painéis e desenhos pintados em várias partes do asharam. Os mais famosos estão em uma estrutura mais central, com diversas frases de músicas dos Beatles além de dois painéis imensos da banda.


Parada para almoço em un restaurante italiano chamado Green Italian, localizado em um hotel. A comida é boa, comi um lasanha zero apimentada (ufa), mas o atendimento com mesma confusão de sempre.

De lá voltamos para a margem do rio, no centro da cidade, para acompanharmos a cerimônia do fogo. Hoje teve participação de uma pessoa que não sabemos quem é, mas que fez um discurso lindo sobre felicidade, pois, segundo ela, dia 20 de março é o dia mundial da felicidade. Como ela fez o discurso mesclando inglês e hindi, deu para acompanhar. Claro que tinha muito menos pessoas do que em Varanasi, e muito menos poluição sonora, deixando a cerimônia mais agradável.


Depois fomos andando pelo centro, comi um sorvete delicioso, pegamos um tuk tuk, voltamos em direção ao hotel. No caminho, paramos para fazer compras em algumas lojas perto (os preços de Rishikesh foram os mais baratos de todas as cidades por qual passamos), e fomos para o hotel.

Mais uma curiosidade sobre a cidade: cai a energia toda hora, na cidade inteira. Mas logo depois ela é reestabelecida.

Clara, escrevendo sobre o dia 19 de março de 2025

quarta-feira, 19 de março de 2025

Rumo à última cidade

Hoje foi praticamente o dia inteiro focado no deslocamento para a última cidade que visitaremos na Índia. Acordamos 03:30 da manhã (acho que foi o dia que acordamos mais cedo), pois o voo para Deli foi às 6h.

Chegando em Deli, pegamos um Uber e fomos ao Fig at Malcha para comer um brunch. Pensem em um lugar sensacional! Lembram que eu escrevi que sempre temos algum tipo de problema em todos os restaurantes? Isso não aconteceu aqui! E, além disso, a comida estava espetacular! Depois passeamos pelo bairro, que seria tipo Jardins de São Paulo, e visitamos um estúdio de Yoga sensacional!


Voltamos para o aeroporto e pegamos o segundo voo, desta vez para Dehradun. Pegamos uma Van e fomos até o destino final, Rishikesh. A cidade fica a beira do Rio Ganges, perto da cordilheira do Himalaia. Além disso, ela é conhecida por ser a capital mundial da Yoga! Uma curiosidade sobre a cidade: existe uma lei que a torna vegetariana e não alcoólica. Nenhum estabelecimento pode vender álcool, ou mesmo comidas como carne e frango.

Ao chegarmos no hotel, ficamos maravilhadas pela estrutura. Definitivamente, o melhor de toda a viagem, com quartos novos e espaçosos, excelente atendimento, 2 cachorros lindos que fazem parte do hotel (sim, eles estão aqui justamente para receber e dar tranquilidade aos hóspedes) e uma vista espetacular para o rio Ganges! Deixamos as coisas no quarto, participei rapidinho de uma reunião / comunicado  do trabalho e voltei para o terraço, pois eles foram fazer a cerimônia do fogo aqui também. Melhor explicando, o hotel também faz todos os dias, no pôr do sol, a cerimônia de Ganga / río Ganges. Estava fazendo uma correlação pra Gui, é como se fosse o Ave Maria às 18h do hinduísmo. 


Terminada a cerimônia, fomos para o Kirtan Festival Rishikesh. De acordo com o Copilot, trata-se de "um evento espiritual que reúne pessoas de todo o mundo para celebrar a devoção através do canto e da dança. Os participantes têm a oportunidade de se imergir no canto coletivo e na dança, experimentando uma profunda conexão com o divino". Quando chegamos, estava iniciando o canto / mantra de Hare Krishna. Foi bem bacana! Me lembrou um pouco o exercício que fizemos lá no Nepal, assim como também me transportou à energia e o bem estar que eu sinto quando estou no meio da pipoca do Carnaval de Salvador (juro)... É que começa lento, introspectivo, individual, e aos poucos o mantra vai acelerando e se tornando algo a ser cantado em coletivo, em comunidade, muito bom! 


Depois voltamos ao hotel pra jantar. E aqui uma outra curiosidade do hotel: por política, eles são veganos!!! Resultado, comi massa... 

Clara, escrevendo sobre o dia 18 de março de 2025

terça-feira, 18 de março de 2025

Dia de me sentir bem

 Bom dia, para quem está acostumada a acordar antes do amanhecer.. Mas tem valido muito a pena, hoje então foi uma prova disso! 

Acordamos 04:30 para sairmos as 05:14 (sim, foi o guia local, Daya, quem definiu esse horário quebrado). O detalhe: eu tinha colocado o alarme no meu celular. No meio da madrugada tanto Cynthia (minha roomie de Varanasi) quanto eu acordamos e resolvi ver que horas eram... Meu celular não carregou, ao contrário, tinha acabado a bateria. Saí correndo pra colocar o celular pra carregar, e vimos que era umas 04:20. Nem voltamos a dormir... 

Pegamos a van e fomos ver o nascer do sol no Ganges. Mas não "só" isso, fomos fazer uma cerimônia, e em um barco. No caminho até pegarmos o barco, passamos por várias pessoas que estavam lá para fazer sua prece, sua intenção. De fato, muitas pessoas vão lá para tomar banho no rio, se purificar (eles acreditam que o rio Ganges é composto pelo néctar da vida, não água). Eles vão bem cedo, seja para irem antes de trabalharem, seja porque tem menos pessoas sendo mais tranquilo para meditar, ou seja porque a água costumam ficar menos suja pela manhã. De fato, a energia é outra nesse horário. Sim, tem gente, mas não aquela confusão, intensidade de pessoas e barulho como vimos ontem no entardecer. A energia fica mais perceptível, ficando claro o quanto as pessoas entendem como aquele lugar é sagrado, afinal, Varanasi é a casa de Shiva, onde é possível encontrar a salvação e purificação no Ganges (não vale em outra cidade). E tem o lado certo da margem do rio, tanto que a outra margem é completamente vazia, praticamente um deserto, com poucos barcos e algumas barracas...

Fomos até nosso barco privado, nos organizamos e veio um sacerdote fazer uma cerimônia conosco. Energia já começou a ficar intensa, mas diferente de ontem. Uma intensa leve, focada, boa. Aí o barco começou a navegar pelo rio, o guia foi mostrando / explicando as coisas, e nós passando por pessoas tomando banho no rio, outras orando, algumas meditando, crianças brincando, idosos concentrados... Todos com uma devoção e energia tão bacana, era tangível e contagiante. Independente da crença que cada uma de nós do grupo tenhamos, não teve uma que não tenha sentido e se emocionado. Para coroar a experiência, o nascer do sol... Lindo, imponente, sem nuvens, alaranjado, iluminando cada um, o ríos, os templos... Um cenário maravilhoso... Então o guia deu a cada uma de nós uma cestinha pequena com flores, pétalas e uma pequena vela. Na noite anterior escrevemos em um papel o que gostaríamos de "deixar ir", então queimamos o papel na vela, e colocamos a cestinha como oferenda para Ganga (a deusa que representa o Rio Ganges). Um silêncio leve, bonito, cada uma de nós fazendo sua própria prece, se concentrando para entregar a oferenda... Realmente algo forte, bonito, com uma energia boa.

No final da navegação, o barco encostou em um dos dois lugares de cremação que tem na cidade, e descemos por lá rumo à cidade antiga. Essa parte foi mais intensa, mas nada que tenha interferido a frequência que estávamos pela cerimônia que fizemos. Chegamos no templo de Shiva, mas não foi possível entrar (apenas quem é hindu pode entrar). Ele é do século 18, com +/- 1 tonelada de ouro, e possui uma Mesquita bem ao lado. Isso gera um grande desconforto tanto para os fanáticos muçulmanos quanto hinduistas, o que deixa a segurança redobrada em ambas construções. 

Na cidade antiga, paramos em uma loja de essências e outros itens. 3 aromas vendidos lá me chamaram atenção:
- sandalo: conhecido como cheiro da Índia, é bom para concentração e para acalmar. 
- flor do himalaia: usado para combater o estresse.
- flor de shiva: indicado para quem tem dificuldade para dormir. 

Lá também encontramos o Colar Rudraksha, conhecido como colar de Shiva. Rudraksha é uma semente conhecida como "lágrimas de Shiva" (Rudra = Shiva, Aksha = lágrimas). Os colares de Rudraksha são usados para meditação e proteção espiritual. Acredita-se que ao usar o colar, você remove energia negativa e medo de morrer, melhora a saúde física, limpa a aura, recebe a benção de Shiva, melhora o poder do pensamento e o sono. Além de seu significado espiritual, estudos científicos sugerem que as sementes de Rudraksha possuem propriedades eletromagnéticas que podem ajudar a equilibrar a energia do corpo e melhorar a atividade mental. Depois que compramos, o dono da loja levou os colares para serem "benzidos" no templo de Shiva! 

Na saída da loja, passando pelas ruas antigas, passamos por baixo da Porta da Salvação... O que a torna especial é que, ao passar por ela, você tem duas opções de caminhos: pegando o da direita, é o caminho da proteção / salvação que te leva até o templo de Shiva. O da esquerda, te leva ao crematório, à morte...

Voltamos para a Van para irmos ao 3o lugar sagrado do dia: Sarnath temple. Acredita-se que este foi o local onde Buda deu seu primeiro sermão após ter alcançado a iluminação, quando ele falou sobre as 4 verdades e os 8 caminhos da vida. Antes era apenas bosque, as construções que estão lá hoje vieram bem depois. Mais uma vez, senti uma calmaria e um sentimento bom lá... Assim como senti nos templos budistas que fui no Nepal. É diferente, não sei explicar. Algumas meninas e eu sentamos embaixo de uma árvore e ficamos lá, uma delícia. Depois fomos para o museu que tem no mesmo lugar, sendo uma parte dedicada ao budismo, e outra ao hinduísmo.

Depois voltamos para o hotel. Do lado dele tinha um shopping com uma MC Donald's. Resultado? Eu e mais umas 8 fomos lá, desejando um lanche MC básico. Chegando lá, a decepção: estava fechada. Então fomos para a praça de alimentação, Ana e eu comemos na Pizza Hut (zero apimentado, yesss), fomos ao mercado (compramos VÁRIAS coisas), e voltamos para o hotel. Como ainda estava cedo, Karen, Letícia, Tati e eu fomos para a piscina do hotel! Depois fomos dormir!

Algumas curiosidades adicionais ou frases ditas pelo guia daqui:
- frase de Daya: Existem 2 tipos de pessoas, os tomadores e os doadores. Os primeiros comem melhor, mas os segundos dormem melhor. 
- aqui, vestir branco significa luto. 
- o mantra AUM é usado pelo budismo e hinduísmo, pois o 1o é um segmento do 2o. As 3 letras fazem referência aos 3 principais deuses hidus, Braman, Vishnu e Shiva.
- Dormir em cima das flores: 1a noite da vida, início da vida (lua de mel). Dormir com as flores por cima do corpo, última noite (morte). 
- Buda geralmente é representado em 5 posições: proteção / benção, pregação, meditação, concentração e ensinamentos. 

Clara, escrevendo sobre o dia 17 de março de 2025

segunda-feira, 17 de março de 2025

Achei a Índia confusa estereotipada

Bom dia, ou seria boa madrugada? Sim acordamos umas 4h da manhã, para pegar a van e voltarmos para Deli. Foram +/- 4h30min de viagem, dos quais acho que só consegui cochilar uns 30min (fiquei escrevendo pro blog, kkkkk).

Ao chegarmos no aeroporto vi como as coisas pode ser confusas. Assim como no Egito, só podem entrar no aeroporto quem tem cartão de embarque. Depois despachamos a bagagem e vamos para a segurança. Aqui, a confusão aumenta muito: tem que deixar todos os eletrônicos, incluindo cabos, expostos na bandeja (não pode estar nem em uma necessaire). Depois de colocar as coisas na bandeira, você vai para outro lugar pra passar pelo detector de metais (ou sei lá o quê). A fila de mulheres é imensa e é diferente da dos homens (além de ter menos portais). Aí você volta pro lugar onde suas coisas passaram, e espera. Continua esperando. Nem os próprios guardas / funcionários se entendem. A bolsa passa várias vezes seguidas pela máquina, você não entende o motivo, tentar falar / explicar e é completamente ignorada, sem contar que parece que eles precisam tocar em tudo! O saldo é que teve gente do grupo cujas calcinhas ou dinheiros "sumiram"...

Ah, esqueci de comentar: SEMPRE antes de entrar nos hotéis, ao menos todos que fomos até agora, precisamos passar todas as bolsas e malas pelo detector de metais, assim como nós mesmas. E isso SEMPRE que entrar, independente se foi a primeira vez no hotel ou se você saiu por 5 minutos! 

Voltando para o aeroporto, entramos na sala de embarque e fui no KFC pegar um frango. Que desespero... O único frango que eles disseram que não era apimentado (o popcorn) era MUITO apimentado. Eu não consegui comer praticamente nada! Provei um pedacinho, morri! Coloquei catchup, peguei outro pedacinho, morri mais ainda, então desisti do frango e fiquei só na batata-frita. Embarcamos, avião demorou para decolar (não sei o motivo, estava ouvindo música). O voo teve duração de +/- 2 horas, consegui dormir um pouco, ainda bem!

Chegamos em Veranasi, estávamos em cima da hora de ver a cerimônia no rio Ganges. Deixamos as malas no hotel (nem subimos para os quartos), pegamos um tuk tuk, que foi em alta velocidade até chegarmos no lugar perto do rio. De lá, fomos andando até a margem do rio Ganges, onde pegamos um lugar maravilhoso para ver a cerimônia. Parecíamos VIP, com um lugar na sacada em frente à cerimônia! Mas antes de falar dela, preciso falar sobre a jornada... 

Definitivamente posso dizer que encontrei a Índia estereotipada. Tudo o que se pensa e se fala, foi possível ver e vivenciar: um milhão de pessoas, tudo junto e misturado em um trânsito realmente caótico, pessoas na contra mão é normal, sinal vermelho é enfeite, vimos várias vacas simplesmente andando ou paradas no meio da rua, assim como cachorros, MUITO lixo, pessoas jogando lixo na rua apwnas "porque sim", homens fazendo xixi na rua, buzinas... Ah, as buzinas... Acho que daria um capítulo a parte pois desde Deli você percebe que é cultural, mas aqui em Varanasi atinge um outro nível de buzina e intensidade! O guia local, Daya, falou antes de sairmos do tuk tuk que era para encarnarmos a leoa, que não poderíamos ser gentis ou cuidadosas se não seríamos atropeladas, que é necessário ter atitude e simplesmente andar. Chegando à margem do rio, perto da cerimônia, passamos por alguns Sadhus: devotos de Shiva que renuncian aos bens materiais para buscar a iluminação espiritual, vivem de doações, cobrem seus corpos com cinzas  (sem roupa alguma) e são respeitados como santos e sábios. Eu tinha visto fotos, mas não me lembro de te-los visto ao vivo.

Em relação à cerimônia Ganga Aarti, ela é bem parecida com a do Nepal. Todo dia é feita uma pequena ao nascer do sol, e no pôr do sol uma completa com sete sacerdotes e com o lugar lotado! Essa cerimônia é uma expressão de devoção, gratidão e reverência ao rio Ganges, considerado sagrado e uma deusa viva chamada Ganga. Os sacerdotes realizam a cerimônia usando diversos itens e instrumentos como a água do Rio Ganges para a purificação dos devotos, os mantras e os shankh (cochas), que são entoados para favorecer a imersão e meditação, incensos para realizar a purificação do ambiente, lamparinas com fogo para simbolizar a luz divina, e oferendas de flores que são levadas ao rio. A cerimônia é linda, impactante, intensa, mas confesso que do meio pro final eu fiquei mais incomodada com a poluição sonora (sinos tocando nas estruturas, sinos nas mãos dos sacerdotes, tambores, mantras sendo cantados, o shankh sendo tocado, as pessoas, a música da cerimônia ao lado... Mas valeu muito a pena!

Na volta, passamos pelo mesmo trânsito caótico, chegamos ao hotel, pedi uma comida no quarto e fui dormir.

Clara, escrevendo sobre o dia 16 de março de 2025