quarta-feira, 1 de novembro de 2017

E o Egito não para de me surpreender...

Para variar, hoje o dia começou cedo! Rsrsrs Novamente acordamos 4h da manhã, pois tínhamos que pegar estrada na hora em que a mesma abre...

Isso mesmo, logo na madrugada pegamos uma Van para ir a Abu Simbel. Porém, como essa estrada fica no meio do deserto, na divisa com o Sudão, ela é toda controlada e vigiada. Tem horário para abrir e fechar, e tem diversos policiais ao longo de toda a estrada, seja patrulhando ou em pontos estratégicos.

Abu Simbel na verdade é o nome da cidade / região onde se encontram 2 templos: o de Ramsés II e o de sua esposa favorita Nefertari, construídos no século XIII a. C. Esses templos possuem uma curiosidade extra: além de ser imensos, estarem bastante conservados e serem escavados em uma montanha, eles foram movidos do seu local original. Na década de 1960, foi decidido pela construção de uma barragem no Nilo, o que significaria a inundação desses templos. A UNESCO fez uma campanha e diversos países ajudaram para que fosse feito o deslocamento. Para isso, foi necessário deslocar toda a parte da montanha na qual os templos estão esculpidos e escavados. Com isso, além deles serem lindos por si só, possuem uma vista linda para o lago Nasser, o maior lago artificial do mundo, com 550km de comprimento e 35 km de largura. O local fica longe, 3 horas de carro da cidade de Aswan, mas vale MUITO a pena. Não é "mais um templo", longe disso! Está tudo muito bem conservado. E pensar que isso teve que ser deslocado....

De tarde ficamos descansando no navio - e jogando buraco / cartas.

No final da tarde fomos para o último passeio à margem do rio Nilo: Philae - Sound and Light show. Foi uma ida ao Templo de Isis, porém, com uma pequena apresentação. Não espere super show estilo Disney, mas é muito lindo! Sem contar que o local é fantástico!!! Verdade que não deu para entender 100% da história, mas vale muito a pena. Sem contar que a noite estava linda, com o céu super estrelado! Sobre o Templo, ele é lindo, e está bastante conservado, o que é de se espantar uma vez que o mesmo ficou submerso nas águas do Nilo por 70 anos, após a construção de uma das barragens do rio. Em 1978, o Templo foi transposto completamente para o local atual. A principal perda foi a descoloração das pinturas, fora isso, é até difícil de acreditar que isso aconteceu.

Clara, escrevendo sobre o dia 31/outubro/2017.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Navegando pelo Rio Nilo + Templos

O primeiro passeio do dia foi ao Templo de Edfu, específicamente o Templo de Horus, em homenagem ao Deus Horus. Ele foi construído na época Greco-romana, por isso não possui Obelisco. Foi feito do Sul para o norte, imitando o Rio Nilo.

Por se tratar de um templo bastante conservado, um dos mais conservados que eu visitarei nesta viagem, foi possível ver / identificar algumas características mais claramente:
*Os templos possuem diversas salas,de forma sequencial. Quanto mais "para dentro" / mais fundo, mais sagrado e menor o espaço, tanto em sua altura quanto na largura. Isso tem dois motivos: diminuir a quantidade de pessoas que podem ficar no local (nem todos podem ter acesso a todas as salas) e imitar, internamente, uma pirâmide.
*‎Normalmente as imagens são representadas com o rosto e pernas de lado, e o tronco de frente. Quando tem rosto de frente, normalmente é o inimigo sendo dominado, para mostrar o medo e sofrimento.
*‎Os Deuses sempre eram pintados de azul (sangue azul) e os demais de vermelho (humanos, sangue vermelho). Às vezes os africanos eram pintados de preto.
*‎A chave da vida está em todos os lugares, pois é o símbolo de quando os deuses dão o sopro da vida, como se fosse a benção e a divindade, aos faraós. O significado do desenho: o traço vertical é o lado material, o rio Nilo, norte/sul, pênis e útero feminino; o traço horizontal é o espírito, leste/oeste, nascer e pôr do sol em relação ao Nilo.

Voltamos ao navio e a navegação, continuou até a cidade seguinte. Mas antes, tenho que fazer um comentário: que visual mais fantástico passear de navio no Rio Nilo! Vistas linda, rio imenso... Sem contar o flashback das aulas de história, lá na época do ginásio, na escola... E por todo o tempo tanto o verde quanto o deserto nos acompanham o tempo inteiro. Ficamos jogando cartas no deck do navio, apreciando a vista!

O segundo passeio foi na cidade de Kom Ombo, específicamente o Templo de Sobek e Haroeris. Dois deuses porque são dois templos em um: cada Deus (crocodilo e Falcão, respectivamente) possui sua própria entrada e são iguais, tudo que possui em um, possui no outro. A simetria é bastante interessante. O Templo foi construído 200 anos antes de Cristo, tendo já influência romana. Muita coisa transcritas nas paredes explica diversos conhecimentos "atuais" como os da medicina. É surreal! Segundo o guia, muitos conhecimentos que apreendemos como sendo dos gregos são, na verdade, dos egípcios, e que existem, inclusive, registros disso.

A noite teve festinha no navio. Nos vestimos a caráter e ficamos um pouco. Teve apresentações de dança, foi bem interessante.

Clara, escrevendo sobre o dia 30/outubro/2017.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O Lado Oeste de Luxor

Sei que boa parte dos dias eu coloquei que "hoje o dia começou cedo", mas o ritmo está assim... Acordamos às 4h da manhã, pois tínhamos que estar na primeira etapa do tour antes do amanhecer.

O foco hoje é conhecer o lado Oeste do Rio Nilo em Luxor, ou seja o lado das homenagens aos mortos. Porém, começamos com algo mais diferente: passeio de balão! Que coisa mais fantástica! A vista com o contraste entre o verde "vivo" às margens do rio e o deserto logo "ali" é algo gritante, impressionante! E ver como as terras continuam produtivas, com plantações imensas, umas ao lado das outras produzindo de tudo... Mais uma prova de como os egípcios sempre foram inteligentes, seja na engenharia, agronomia ou o que for... Sabem aproveitar ao máximo as vantagens do rio sem matá-lo (lembrem-se há quanto tempo que isso existe).

Saindo do balão, seguimos para os Colosos de Memmon. Diante de tudo que temos visto, não é "nada de mais": são duas estátuas de 19,5 metros que serviam para "guardar" um templo mortuário. Hoje só existem (parte das) as estátuas.

A parada seguinte foi no famoso Vale dos Reis. Só digo uma coisa para vocês: UAU!! Trata-se de uma área que, até agora, 54 tumbas foram encontradas. Dessas, algo em torno de 40 são abertas para visitações, porém não ao mesmo tempo. Eles costumam deixar apenas algumas "abertas" e ficam fazendo revezamento para, assim, preservar mais cada uma delas. Nós demos sorte pois a de Thutmes III estava aberta. Essa tumba se abre apenas 2 semanas ao ano pois ela está bastante conservada e possui um acesso mais complicado (tem que subir uma escada grande até chegar à porta de acesso, que fica em uma montanha, e depois descer algumas escadas, DENTRO da montanha). Realmente as pinturas estão fantástica. Mais uma coisa que me deixa maluca: como algo de milhares de anos, antes de Cristo, ainda pode ter cores tão vivas? Como não podia tirar fotos, não tenho como mostrar, mas acreditem: não tem quem não fique impressionado. Algo curioso: no Norte do Egito, as Tumbas ficavam embaixo de pirâmides construídas. Aqui, as tumbas dos vales ficam nas montanhas e elas possuem formato de piramides. Uma em especial, a principal, tem visivelmente os quatro lados.

A visita seguinte foi ao Templo mortuário de Deir El-Bahri, a rainha Hatshepsut, a primeira mulher a reinvidicar o direito de se tornar uma Faraó, e com isso governou o Egito por alguns anos (história fenomenal, vale a pena pesquisar). O lugar é suntuoso, lindo, e também possui algumas pinturas e inscrições nas paredes bem interessantes.

Voltamos para o navio e seguimos viagem rumo à Edfu. A noite acompanhamos algo mega interesante: Enclusa de Esla. Durante o percurso do Nilo, existem alguns desnivelamentos para conter a água do rio e também gerar energia elétrica via hidroelétrica. Algo semelhante ao que existe no Canal do Panamá.

Clara, escrevendo sobre o dia 29/outubro/2017.

Os Templos do lado Leste de Luxor

Mais um dia que começou cedo: acordamos 4:15 da manhã pois tínhamos que pegar um voo para Luxor às 6:40. Rapaz... Um fato curioso: tanto em Cairo unto em Luxor, o pessoal dirige de forma, bem, perigosa... Na contra mão, buzinando horrores, alta velocidade e depois freava em cima dos carros... Uma loucura!

Chegando em Luxor fomos ao navio, deixamos as malas, nos encontramos com o grupo com o qual ficaremos durante todo o cruzeiro (brasileiro, com guia que fala português) e fomos ao 1o destino! Me lembrei de um fato curioso: sempre comento como brasileiro é uma "Praga" , está em todos os lugares. Porém, nesta viagem, só encontramos brasileiros em Petra, na cidadezinha de Wadi Rum e agora! Tudo organizado, fomos conhecer os templos do lado leste do Nilo. Antes, algo interessante: todos os templos do lado leste são dedicados aos deuses e os do oeste, aos sarcófagos construídos para faraós, nobres, etc. Isso porque o lado leste é onde o sol nasce, então representa vida. O oeste onde se põe, representando a morte.

O primeiro Templo que vimos foi o de Karnak. Confesso que estava com sono, e não me recordo muito. Porém, posso afirmar uma coisa: é imenso! Uma coisa impressionante! O segundo foi o Templo Luxor, que é menor, mas não menos impressionante. A riqueza de detalhes, de significados, as histórias por trás, a engenharia das coisas... Gente, tem pedras / estruturas que por si só são imensas e pesadas, e que foram trazidas há diversos anos ANTES de Cristo de cidades longes. Peças únicas cortadas de montanhas! Ele deu um exemplo idiota: um obelisco foi retirado do templo de Luxor, levado e instalado na Praça da Concórdia de Paris. Para fazer isso nos "tempos atuais", levou-se 2 anos. Na época original, segundo relatos encontrados, foram necessários 7 meses...

Voltamos para o navio, almoçamos e, no final da tarde, fomos passear pela cidade de Luxor de charrete. Rapaz... Como diz Taís, foi uma passeio "choque de realidade". Passamos por algumas regiões da cidade e uma em especial, um mercadão aberto, era no mínimo um caos... Não sei explicar direito mas, se fosse comparar,, muito mais desorganizado do que uma 25 de março de São Paulo ou Feira de São Joaquim de Salvador... Um monte de comida na rua (no chão, no asfalto), uma série de lojas/tendas seguidas, uma atrás da outra com MUITA gente na rua, lugar mega apertado (não sei como a charrete passou por lá). Qnd passávamos, ou as pessoas gritavam "hello" e cumprimentavam com a mão, ou tentavam vender qlq coisa, ou mesmo pediam dinheiro...

Ao fim do passeio, paramos em uma cafetería onde tomamos um chá e voltamos para o navio.

Obs: na Jordânia, o guia nos chamava de "my lady". Aqui no Egito, o guia está nos chamando de "as maravilhas"... Kkkkk

Clara, escrevendo sobre o dia 28/outubro/2017.