domingo, 25 de junho de 2023

Último dia - Toledo e Lisboa

Bom dia! Como assim Toledo e Lisboa, cidades de 2 países diferentes no último dia? Então, isso se chama escala... Hahaha

Acordamos cedo, tomamos café no próprio hotel (caro, mas valeu a pena tanto na otimização da logística quanto no sabor e variedade) e seguimos para o nosso tour em Toledo. Teve que ser em um passo acelerado pois tínhamos que estar no carro para voltar ao aeroporto às 15h.

Primeiro sobre Toledo: sua origem é da ocupação romana na região no século II antes de Cristo. declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1986, Toledo é conhecida como a Cidade das Três Culturas, pois por muitos anos viveram por lá cristãos, muçulmanos e judeus, todos ao mesmo tempo. Essa mistura que a diferencia das demais cidades históricas / muradas da Espanha (pelo menos as que visitamos) pois é possível encontrar igrejas, catedrais, sinagogas e mesquitas, e nos prédios em si é possível identificar traços da cultura e arquitetura de cada um. A cidade é muito mais movimentada do que Ávila, e mais organizada do que Girona (ao menos eu achei). Tem MUITA ladeira, é um sobe e desce eterno, mas vale a pena!

Entramos na cidade murada, que eles chamam de casco histórico, pela Puerta Bisagra, de origem muçulmana com um arco semicircular, sendo a parte externa arredondada e a interna quadrada. Vou pontuar os principais locais pelos quais passamos / visitamos:

- Igreja de São Tiago o Maior / Parroquia de Santiago el Mayor: construída no início do século XIII, a Igreja fica em frente à Puerta Bisagra.

- Puerta del Sol: construída no século XIV, a Puerta del Sol possui típicos arcos de ferradura árabes. O nome vem de um relevo ao lado das paredes, onde entre as figuras, há uma sol.

- Mesquita do Cristo da Luz: é o templo mais antigo de Toledo, +/- do ano 1000 d.C. Estava fechado quando passamos por lá, então não foi possível entrar. Fora tinha um texto descrevendo a lenda da Mesquita. Não me lembro os detalhes mas falava que quando Afonso VII chegou, seu cavalo teve um pequeno acidente na frente da Mesquita, ele desceu, viu uma forte luz apontando para um determinado local e quando escavaram esse local, encontraram a imagem de Cristo em uma pedra ou madeira. Desde então transformaram a Mesquita em um lugar dedicado à religião cristã. 

- Plaza Zocodover: é uma das praças mais famosas de Toledo com lojas, bares, restaurantes, além de ser ponto de encontro para diversos tours (vimos uns 2 free walking tours se organizando lá). Durante a idade média, esse espaço era um mercado. A dica: procure uma porta que tem a placa “Zocodover Restaurado 1945“ em cima do arco. Passe por ela e verá uma estátua de Miguel de Cervantes.

- Alcázar de Toledo: palácio fortificado, construído na parte mais alta da cidade. O maravilhoso dessa construção é que tudo começou a partir de um pequeno Palácio romano construído no século III. Com o passar dos anos ele foi sendo ampliado com incorporações de diversos espaços. A imensa construção atual já foi residência dos Reis da Espanha no século XVI e hoje é o museu do exército e a biblioteca de Castilla-La Mancha. Vale muito a pena entrar no museu do exército. Além de ser gratuito, ele dá acesso a uma linda vista ao rio Tejo e à fachada do prédio. Também dá acesso a uma parte imensa que mostra resquícios da construção romana. 

- Catedral de Toledo / Catedral de Santa Maria de Toledo: teve sua construção iniciada em 1226, e só foi concluída em 1493. Ela é de estilo gótico, inspirada na catedral de Notre Dame, em Paris. Não entramos por falta de tempo, mas a fachada realmente é linda!

- Igreja dos Jesuitas (Santo Ildefonso): construída em 1742 em um dos pontos mais altos da cidade, é possível subir nas duas Torres (130 degraus, +/-). Vale muito a pena, a vista é linda! 

- Sinagoga del Tránsito: antes de falar da Sinagoga em si, tenho que falar do bairro da Judería (judaico) no qual ela se encontra. Observe o bairro e as ruas, especialmente no chão. Sempre tem um pequeno azulejo com uma inscrição ou figura (exemplo a estrela de 6 pontas), ou uma pequena inscrição de metal... As ruas são mais estreitas e as casas tem um estilo completamente próprio. Em relação à Sinagoga, ela foi construída em 1366. Dentro dela fica o museu Sefardí e os dois juntos possuem diversas histórias e informações sobre a comunidade judaica. Eu gostei de ter entrado, especialmente pelo imenso salão de orações que fica logo no primeiro cômodo. Aproveito pra escrever sobre algo que me chamou atenção no país: como a Espanha é inclusiva (ou ao menos tenta ser para alguns "setores"). Primeiro, assim como boa parte dos países desenvolvidos, as sinaleras de pedestre são sonoras, ou seja, tocam quando estão abertas ou prestes a fechar para que os cegos se orientem melhor. Ainda sobre as sinaleras de pedestres, em Madrid, ao invés de só ter a figura de um homem (parado ou andando), também tem as versões de uma mulher, casal hétero, casal gay e casal lésbico. E por fim, vários lugares turisticos, de todas as cidades que fui, possuem um totem específico para cego, não só com o descritivo em braile como também com o mapa do local, em relevos, para sinalizar o que tem naquele espaço em particular. E a Sinagoga também tinha um desse para descrever a principal parece do salão de oração.

De lá fomos almoçar no restaurante italiano Osteria Manzanillo. Pensem em uma coisa MARAVILHOSA? Comi um nhoque gratinado divino, e Gui comeu uma pasta puttanesca que, segundo ele, também estava maravilhoso! Foi nosso excelente almoço de despedida!

Voltando andando para o hotel para pegar o carro passamos por alguns mirantes, pela Sinagoga Santa María La Blanca e pelo Monastério de San Juan de los Reyes.

Pegamos o carro, e fomos rumo ao aeroporto. Entregamos o carro na locadora, pegamos o avião e fomos para a escala em Lisboa. Chegamos lá eram umas 20h e, como a escala seriam de 12 horas, deixamos as mochilas em um locker e fomos jantar no Bairro Alto e Chiado. Caramba, parecia uma data festiva! Eram umas 21:30 quando chegamos lá e em cada rua pequena ou praça estava tendo algum som alto, ou festa com DJ, ou aglomeração com um artista de rua. Todos alegres de divertindo, estava bem animado mesmo! Ficamos andando, curtindo a energia, até chegarmos na pizzaria Valdo Gatti, onde jantamos. De sobremesa, passamos na Manteigaria para comer Pastel de Nata (de Belém). Demos sorte que uma fornada tinha acabado de sair! Depois demos mais um passeio até o elevador Santa Justa e voltamos para o aeroporto.

Quando chegamos lá, a parte de embarque estava fechada, só poderíamos entrar novamente às 3h da manhã. Então nós, junto com outros 20 ou 30 passageiros (sem exageros), acampamos no salão e esperamos dar o horário. Entramos no salão de embarque, aí acampamos em outro local (no andar das salas VIPs) até que a sala abrisse (6h). Quando abriu, nós entramos, tomamos café, descansamos e ficamos lá até o horário do embarque (8h), quando seguimos para o avião, para voltarmos ao Brasil. PS: avião e comida bem melhor do que o de ida. A volta foi pela LATAM.

Clara, escrevendo sobre os dias 23 e 24 de junho de 2023

Ávila - a cidade murada

 Bom dia, pessoas queridas! Para a viagem, planejei conhecer 2 das principais cidades próximas a Barcelona (no final foram 3) e 2 das próximas a Madrid. Hoje começaremos essa última etapa da viagem (conhecer cidades vizinhas de Madrid).

Pegamos o carro alugado no aeroporto de Madrid para seguirmos a viagem. Acho que não falei sobre como o serviço aqui na Espanha é fraco... Primeiro percebemos isso nos bares e restaurantes (desde Barcelona). É MUITO raro você ser atendido por alguém atencioso, gentil, e de forma assertiva e rápida. Fiquei de cara! Sim, tem pessoas ótimas, fofas, mas são exceções. Também tinha sentido isso quando fui pegar o carro em Barcelona, e em Madrid conseguiu ser ainda pior. Demoramos na fila para sermos atendidos bem uns 45min / 50min (isso porque só tinha uma pessoa na minha frente). Depois, a pessoa que me atendeu queria me empurrar alguns seguros extras. Minha sorte foi que algumas coisas eu tinha "aprendido" no aluguel de Barcelona, então tive que focar em fazer perguntas à pessoa para entender o que estava acontecendo. Quando eu pedi para ela falar um pouco mais devagar por meu espanhol não ser meu primeiro idioma, aí ela fechou a cara. Aí comecei a falar em inglês, e ela gostou menos ainda então começou a falar espanhol devagar. Aff... Tinha um Sul Coreano na fila e ficamos conversando exatamente sobre essa questão de serviço na Espanha...

Enfim, pegamos o carro e fomos para Ávila. Ávila é uma cidade espanhola de +/- 60mil habitantes que foi fundada no século XI pelo rei Afonso VII. Seu principal destaque é a muralha que a cerca, monumento que em 1985 foi declarada, junto com a catedral del Salvador, a igreja basílica de São Vicente e o centro histórico local,  patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). 

Chegando lá, não tem como não se impressionar com a muralha! É imponente e completa! Estacionamos o carro na Plaza del Mercado Grande (estacionamento pago, porém preço justo, coberto e 24 horas), e entramos pela Puerta del Alcázar logo à frente da praça. Almoçamos em um restaurante que fica na entrada da cidade dentro da muralha (La Rubia de Ávila), e começamos a passear. A muralha possui 4 pontos de subida. O primeiro que subimos fica bem Puerta del Alcázar e só possui alguns metros de extensão. Ou seja, sobe e desce no mesmo local. Mas comprando o acesso aqui, você tem acesso aos demais pontos.

Depois de percorrermos esse trecho, fomos para a Catedral de Ávila. Ela foi construída “colada” na muralha e foi a primeira catedral gótica da Espanha. Em diversos pontos do muro se vê a catedral. Nós entramos para visitá-la. É bem bacana, mas depois de um tempo as informações do áudio guia começaram a ficar longas e cansativas, sem contar o frio que fazia dentro da catedral (e fora um calor absurdo!). No final tem uma boa experiência com óculos 3D, na qual eles fazer um resumo das principais informações.

Seguimos para o segundo ponto (e o principal) de subida à muralha,  na Casa de las Carnicerías, Calle de San Segundo 17, (acesso é pelo lado externo da muralha). Depois que subimos, só ficávamos nos deliciando. Cada subida ou curva era uma vista e um encanto diferente, seja pelos monumentos, seja pela cidade (que é um charme a parte, com diversas praças fofas). A vista que se tem da Catedral de Ávila, Basílica de San Vicente (que fica na parte externa) e da própria muralha se destacam! Resolvemos seguir pela muralha até o último trecho permitido, e então descemos na Puenta de la Adaja.

De lá, fomos por dentro da cidade murada até o carro, passando por alguns pontos sugeridos como Convento / Igreja e casa natal de Santa Teresa de Jesus (construído no local onde a Santa nasceu), Paseo Rastro, Casa Superunda e Torreón de los Guzmanes (esses dois últimos para observar a construção renascentista, que se diferencia um pouco das demais construções). Por todo esse trajeto mais afastado das entradas principais, a cidade estava MUITO vazia, com vários lugares fechados. Passamos também pela Plaza del Mercado Chic, uma praça que ao redor tem diversos bares e restaurantes (alguns estavam fechados). Lá nos foi sugerido provar as yemas de Ávila, doce típico feito de ovos, na lojinha da Pastelería Iselma (Plaza del Mercado Chico 5). Pensem em um negócio ruim? E pior, não vende a unidade, então compramos uma caixa com 6... Só conseguimos (Gui, eu só dei uma mordida) comer 2, não gostamos mesmo. Agora, é um doce típico, aí é avaliar se vale provar...

Voltamos para o ponto de partida, pegamos o carro e seguimos para o Toledo. Aquí esquecemos completamente de passar por um ponto super recomendado, o Humilladero de los cuatro postes / Mirador Cuatro Postes / Viewpoint of Ávila. Dizem que a vista de Ávila e sua muralha de lá é maravilhosa! Mas já era tarde e realmente nos passamos...

No caminho para Toledo passamos em um mercado para comprar vinhos e coisinhas pra levar pro Brasil, e seguimos para o destino final. Chegamos em Toledo, estacionamos o carro em um dos estacionamentos públicos e gratuitos da região (no Aparcamiento Bajada CLM, que fica próximo ao hotel em que nos hospedamos), deixamos as coisas, jantamos no restaurante El Peñón e voltamos para o hotel para arrumarmos as malas.

Clara, escrevendo sobre os dias 22 de junho de 2023

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Passeio no parque e no museu

Bom dia! Último dia em Madrid, com algumas coisas ainda a serem visitadas. Fizemos um percurso que chamei de centro-sul.

Começamos passando por 2 das 3 fontes que tem perto do parque Retiro, a de Apolo, que é bem pequena, e a de Cibeles, que é maior e fica na rotatória localizada ao final da Grand Vía. A fonte é de 1782 e representa a deusa Cibeles sobre uma carroça puxada por leões.

De lá, fomos para o Palácio de Cibeles, prédio que fica praticamente em frente à rotatória e onde hoje funciona a prefeitura de Madrid. O charme daqui é você ir para o terraço / rooftop. É baratinho, EUR 3,00 por pessoa, e vale a pena, especialmente pela visão que se tem da fonte de Cibele. Confesso que eu esperava uma vista bacana do parque Retiro, o que não aconteceu...  Ah, estava tendo uma exposição no prédio que você poderia acessar gratuitamente. Eu curti porque ganhamos um mapa mais detalhado da região, e eu já gosto de mapa... Hahaha

Indo a caminho do parque do retiro, passamos pela Puerta de Alcalá. Foi construída em 1764 e é um dos símbolos da cidade. Ou seja, a expectativa estava alta. Quando chegamos lá, a decepção: está em obra / restauração e não dava pra ver nada. Ou melhor, eles colocaram um tapume onde plotaram a imagem da Puerta. Ou seja, eu vi uma foto gigante...

Chegamos no Parque do Retiro pela Puerta da Independência. O dia estava lindo então realmente curtimos o parque enquanto passávamos por alguns dos pontos chaves dele. Nos "perdíamos" pelo parque, íamos para algum ponto especial, sentávamoa, curtíamos alguma música que estivesse sendo tocada por um dos vários artistas espalhados pelo parque... Ah, já ia me esquecendo! Chegando no parque, demos de cara com Mário Bross gigante. Oi? Isso mesmo, alguém vestido de Mário no meio do parque! E não era só uma fantasia, era uma roupa super calorenta, como se fosse de um urso de pelúcia que, aliás, tinham 2, na mesma região do parque, se oferecendo para tirar fotos com as crianças. Gente, pensem em uma coisa nada a ver? Não combina em nada com o parque, nem com a Espanha! Tinha Mário Bross (italiano), panda (chinês), coala (australiano), gorila (???)... Enfim, voltando pro parque, seguem alguns lugares que devem ser priorizados dentro do Retiro: Palácio de Cristal, Monumento Afonso XII, Passeo de las Estatuas, Puerta de Felipe IV e El Parterre.

Saímos do parque pela Puerta de Felipe IV, para vermos a Fuente de Neptuno (não achei nada demais), e seguimos para o almoço. Claro que novamente buscamos um restaurante que tivesse Menú Del Día, e fomos ao El Lacón. Não é tão bom quando o de ontem, mas é bom também. Ele fica no Barrio de Las Letras, um bairro super charmoso de Madrid. Vale se perder, circular por lá e descobrir placas e referências espalhadas pelas ruas. Por exemplo, achamos em uma das ruas (não sei qual) uma homenagem a Miguel Cervantes. Tinha um texto no chão sobre ele e, no prédio, uma placa informando que ali ele tinha nascido e morrido.

Seguimos para o Real Jardim Botánico porém, tinha que pagar para entrar. Então resolvemos voltar para o Retiro para fazer hora até irmos ao Museu do Prado. Sendo bem honesta, eu tinha colocado o Prado, junto com os outros 2 museus famosos de Madrid (Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía e Museu Thyssen-Bornemisza) como "talvez" ou "ir se sobrar tempo". Isso porque eu não sou fã de museu de obras de arte. Porém, 100% das pessoas com quem comentei que viria a Madrid falaram que eu deveria ir ao Prado. Ao ler um pouco, vi que o museu é imenso e que a entrada é gratuita a partir das 18h (sendo que ele fecha às 20h). Ou seja, se você quiser explorar boa parte do museu, vale a pena comprar o ingresso e ir cedo. Como não era o nosso caso, vimos quais eram as obras mais famosas e importantes, selecionamos 6 e confiamos que em 2 horas veríamos todas. Deu 17:30, fomos em direção ao museu. Rapaz... A fila para pegar o ingresso gratuito já estava imensa. Atenção, imensa MESMO! Mas tínhamos lido que a fila costuma ser rápida, então... De fato, foi muito rápida. 18h começaram a distribuir os ingressos gratuitos e umas 18:20 estávamos dentro do museu. Vimos todas as obras que selecionamos e valeu muito a pena, muito mesmo! Ah, terminamos 19:50 (+/-)! Ou seja, quase não deu tempo... Caso estejam curiosos, vimos: Raphael - Portrait of a Cardinal, Goya - The 2nd & The 3rd of May 1808 in Madrid (são 2 obras complementares), Goya - Saturno devorando seu filho (e as demais 13 "pinturas negras" do artista), Goya - A Maja Nua (e a vestida também, 2 obras complementares novamente), Caravaggio - David with the head of Goliath, e, acredito que a Monalisa daqui (porém em grande dimensão que dá pra ver de todo o salão), Velázquez - Las Meninas. Essa última vale a pena ler sobre, pois tem várias teorias. A que pra mim fez mais sentido é que Velázquez pintou como se ele estivesse pintando o rei e rainha, de forma que eles estivesse fora do quadro junto a nós (público), sendo que o casal real aparece refletido em um espelho no próprio quadro. Espero que tenha dado para entende... KKKKKKK Ah, o principal site que nos baseamos para essa seleção foi o https://www.hellotickets.com.br/espanha/madrid/pinturas-famosas-museu-do-prado/sc-121-2699.

Para terminar o dia, fomos comer uma pizza! Queríamos algo próximo pois estava chovendo. Acreditam que foi difícil achar uma bem avaliada perto? Mas achamos, fomos na Pizzería Vesuvio. Boa, mas deve ter melhores. Conhecemos uma brasileira que trabalha na pizzaria e está em Madrid há 22 anos... Ficamos conversando com ela, comemos, depois voltamos para o hotel.

Clara, escrevendo sobre os dias 21 de junho de 2023

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Futebol e turismo

Bom dia! Mais um dia que começou com futebol. Nesse caso, o Real Madrid!

Depois da ida ao FC Barcelona, eu não esperava nada mais. Agora, um ponto importante em relação ao Real Madrid: na hora de comprar os ingressos, eles falaram que estava em reforma e até por isso o ingresso seria mais barato, sendo chamado de "Tour Bernabéu Temporary". Ok, dito isso, fomos para lá. Ao chegar, sim, já chama a atenção todos os tapumes ao redor do estádio, com maquinários e um monte de trabalhadores. O início da tour vc entra em uma sala bem "armengada" (cheia de gambiarra), com os troféus dispostos de acordo com os temas. Depois mais troféus e outros troféus. Aí tem uma salinha que é pra mostrar como ficará o estádio... Nem sei como descrever, mas não mostra nada, é uma maquete branca, oval, onde ficam colocando projeções de imagem e luz e dizendo que vai ser um estádio sensacional (e só). Ok, vamos explorar mais... Hum... Ah, tem umas telas que ficam passando os jogadores do time principal, mas só passando, nada interativo. Aí você segue o fluxo, e chega ao estádio. Sim, ao menos é possível ver o estádio, o campo sendo reformado! Depois lojinha e acabou. Esse tour só foi melhor do que o Barcelona porque eles avisaram que estavam com modelo temporário, cobraram mais barato por isso e dão acesso ao estádio. Eu realmente espero que após a reforma, seja um museu e tour mais bacana, e não apenas uma disposição de troféus.

De lá fomos explorar o que eu chamei de centro-norte de Madrid:

- Hotel Riu Plaza España: hotel imenso que fica bem em frente à praça Espanha. Aqui a dica é subir no Rooftop. Só paga EUR 5,00 e a vista é espetacular, 360 graus. Além do lugar em si ser lindo, tem algumas pontes e mirantes de vidro. O principal tinha uma fila imensa, então não pegamos. Mas ficamos lá um tempo só curtindo o ambiente e a vista.

- Plaza de España: no centro da praça tem um imenso momento dedicado a Miguel Cervantes. Ele foi construído em 1915, para comemorar o terceiro centenário da publicação da segunda parte de Don Quixote, mas apenas nos anos 60 que foi concluída com a colocação das esculturas laterais de Aldonza e Dulcineia. Reparem que no topo tem 5 pessoas lendo livros, representando os 5 continentes lendo a obra. E em uma das laterais tem as figuras de D. Quixote e do seu fiel escudeiro Sancho Pança.

- La Montaña Park: Parque que fica no caminho para o templo Debod. É bonitinho, mas nada demais. Dizem que é um bom lugar para ver o pôr do sol mas, como o sol está se pondo lá para as 22h, nem programei nada relacionado a isso...

- Templo Debod: foi construído pelos egípcios no século 4 a.C. E consiste em uma capela principal dedicada à Deusa Isis, e dois arcos na frente. Ele foi dado de presente à Espanha em 1961 como agradecimento pela ajuda na transposição do templo de Abu Simbel (lembram que ele teve que ser alterado de lugar por causa de uma represa que seria construída?). Está aberto de terça a domingo e a entrada é gratuita, mas não conseguimos entrar, pois ia fechar durante a tarde e a fila estava imensa (tem controle de quantidade de pessoas).

Parada para almoço. Finalmente fomos em um restaurante que tinha o Menu do dia e, gente, essa é uma opção mais do que obrigatória em Madrid. A refeição com 2 pratos, uma bebida (qualquer, de água a vinho), e um café ou sobremesa (quase nosso executivo), custando de EUR 11,00 a EUR 15,00. E o restaurante que fomos, Aderezo 37, é MUITO bom. Além do fato de tudo que comemos estar maravilhoso, todos os pratos foram muito bem servidos. Recomendo muito!

Voltando ao tour, fomos em direção ao teleférico e estava fechado... Então seguimos pelo Parque Del Oeste, descansamos um pouco, seguimos andando até chegarmos no Arco de La Victoria (confesso que não conheço a história por trás, mas é bonito). Atrás do arco tem o Farol de Moncloa, mais um mirante da cidade. Depois de termos subido no Hotel Riu, achamos que não era necessário, então voltamos para o hotel.

De noite (20h, porém com sol a pino) fomos ver uma apresentação de Flamenco em Las Carboneras. Afinal, vim para a Espanha e não ir a um show de Flamenco seria o mesmo de ir para a Argentina e não ver um show de Tango... Gostamos muito! Uma coisa que tive impressão e depois no próprio show eles confirmaram, é que parece um show de jazz / improvisação. Tive a impressão de o dançarino "da vez" dá o tom e o ritmo, e os demais artistas acompanharem. Gostei bastante, valeu super a pena ter ido. Ah, compramos os ingressos com Josefina, a guia do free walking tour. Além de termos tido um desconto, ficamos com uma mesa bem em frente ao palco, e tivemos direito a uma bebida (cada) e um tapa (mesa de frios)!

Clara, escrevendo sobre os dias 20 de junho de 2023

Primeiro dia de Madrid - Centro

Primeiro dia em Madrid e adivinhem como começamos? Dormindo! Isso mesmo, estávamos tão cansados que ignoramos vários alarmes, e acordamos perto do café da manhã fechar!

O primeiro compromisso do dia foi o free walking tour. Foi ótimo pois a guia que pegamos fez uma excelente geral sobre a cidade e principais pontos turísticos localizados no centro. Além disso, o inglês dela era ótimo e a forma em que ela contava as histórias e fatos tornava o tour ainda mais interessante!!! Recomendo, eu a encontrei pelo aplicativo freetour.com, mas ela depois deu o contato direto: josefina_lazo@hotmail.com. Além das informações que colocarei abaixo quando for descrever alguns dos pontos turísticos, ela comentou sobre algo que, até então, eu não tinha lido. Se vc ver uma placa de metal na calçada, bem em frente de uma loja, é que ela tem mais de 100 anos naquele local. Para confirmar, tem que ver se o nome na placa está em algum lugar da faixada do imóvel!

Terminado o tour, fizemos o nosso (que era similar) só que agora parando, admirando com calma e tirando fotos:
- Teatro Real: onde acontecem apresentações de ópera. Parece que o público de Madrid é bem exigente.
- Jardins de Sabatini: passeamos pelo pelo jardim, localizado ao lado do Palácio Real. Ele é bem bonito!
- Cripta da Catedral Santa Maria La Real de la Almudena: é a única parte da igreja que seguiu o projeto original, com influência romana. É bem bonita e grande, e o acesso é gratuito.
- Muralha árabe: resquício da grande muralha que rodeava Madrid na época em que os Árabes estavam aqui (antes dos romanos). Bem interessante, Tb acesso gratuito (faz parte de uma praça bem bonita).

- Catedral Santa Maria La Real de la Almudena: fica bem em frente ao Palácio real. O período de construção dela foi de 1883 a 1993. Ao longo do período o projeto sofreu diversas alterações dee estilos. É nela que acontecem os eventos reais. Vale a pena entrar, é praticamente gratuito (aconselha-se doar EUR 1,00 para entrar).
- Palacio Real de Madrid: foi construido en meados do século 18, pelo rei Charles III, depois que a residência anterior foi destruída por um incêndio. Na época ele queria mostrará a imponência da Espanha, acabou tendo o maior castelo da Europa Ocidental com 3.418 cômodos. Detalhe que atualmente o rei é a rainha moram em outro local, e o Palácio hoje funciona como museu, eventos reais ou recebimento de chefes de estados de outros países. Não foi possível entrar porque o Palácio estava fechado para um evento (até vimos a rua ser fechada e VÁRIOS carros passarem, um deles com a bandeira da Palestina).
- Plaza de la Villa: uma pequeña praca cujo atrativo é que ela possui 3 prédios lindos e suntuosos, sendo um construído no século 15, outro no século 16 e o terceiro no 17 (esse último já foi prefeitura e prisão de Madrid).

- Mercado de San Miguel : abriu em 1916. Ele lembra o mercado de Barcelona, mas com uma diferença, aqui é mais focado em restaurantes e lanchonetes, e não mercado com peixes crus e demais comidas para você levar para fazer em casa. Em outras palavras, é meio que um complexo gastronômico, porém mais focados em lanches e tapas.
- Restaurante Botín: só passamos pela frente e por um motivo nobre, eeo restaurante mais antigo do mundo. É caro mas se tiver vontade de conhecer, precisa reservar com antecedência.
- Barrio La Latina: conhecido como o bairro mais boêmio de Madrid, sendo uma boa opção para almoçar (tem várias opções na Calle Cava Baja). Nós almoçamos no restaurante Los Segretos de Lola. Ele é bem divertido, o tema é filmes e brinquedos infantis. Mas a comida... Cara é não vale a pena. NÃO recomendo (e olha que tem até coisas de Harry Potter).
- Plaza Mayor: é a maior praça da Espanha. Em 1561 funcionava um mercado e ela ficava do lado de fora da muralha de Madrid para não pagar impostos. Depois de um tempo ela foi integrada à cidade. Antes os prédios que a rodeava eram de madeira, depois do 3o incêndio resolveram reconstruir tudo com cimento e pedras, como ela está hoje. A praça já foi palco de diversos acontecimentos como touradas, execuções públicas, autos de fé da Inquisição Espanhola e jogos de futebol. Hoje a praça é cheia de bares e restaurantes com mesas ao livre.

- Chocolatería San Ginés: ele é famoso pelo churros com chocolate quente. Fomos lá e tinha uma fila imensa. Pedimos um churrus e um sorvete. O 2o estava bom, mas o 1o... Não curti. Chocolate meio amargo, churros não doce... Sei lá, não gostei.
- El Corte Inglés: Olha ele aquí de novo! Assim como o de Barcelona, ni último andar tem uma parte para restaurantes, como se fosse praça de alimentação, que tem uma bela vista da cidade. Vale a pena subir! Atenção, existem vários Corte Inglès em Madrid. O que eu fui que tem essa vista é o que fica perto da Gran Vía / Callao.
- Avenida Gran Via: avenida com várias lojas, teatros, bares e restaurantes. O mais legal é observar os prédios e sua arquitetura, cada um mais lindo que o outro (e bem antigos). No final da avenida fica o Edifício Metropolis, um dos primeiros arranha-céus da cidade. Não deu para ver ele direito porque estava em reforma.
- Círculo de Bellas Artes: a dica é subir  o terraço para uma vista bacana da cidade.
- Banco de Espanha: só passamos pela frente. É o banco que o pessoal de A Casa de Papel rouba, porém, as filmagens não foram feitas aqui...
- Praça da Puerta del Sol: antes de tudo, a praça não tem nenhuma porta ou portal, então nem procurem... Além das lojas ao redor, é nessa praça que tem 2 itens importantes de Madrid. O primeiro, eu diria o mais importante, é a estátua El Oso y el Madroño, um urso de bronze apoiado nas patas trazeiras para alcançar a árvore Madroño. Esse símbolo está no escudo da cidade e você o encontrará em TODS os lugares que tiverem algo da prefeitura. O segundo é o "Km 0". Em teoria, a praça representa o centro da Espanha, então na calçada em frente à prefeitura tem uma marca desse ponto zero apontando a direção das principais cidades.

Na volta para o hotel pegamos um lanchinho qualquer para dormirmos cedo.

Clara, escrevendo sobre os dias 19 de junho de 2023

terça-feira, 20 de junho de 2023

Despedida de Barcelona

Último dia em Barcelona e ainda tem muita coisa para ser visitada.. Sim, já internalizei que não verei tudo o que eu gostaria mas faz parte, fazer o quê? 

O dia começou cedo para visitar uma outra grande obra de Gaudí, o Park Güell. A história do parque é curiosa: na primeira década do século 20, Eusebi Güell contratou Antônio Gaudí para fazer uma espécie de condomínio, que caberiam 40 casas. O problema é que, depois que a área comum ficou pronta, o empreendimento não fez sucesso e no final só teve 2 casas construídas: a que Gaudí morou e a que era usada como "showroom". Em 1914 o projeto foi oficialmente abandonado e em 1918 os herdeiros de Güell venderam o terreno para a Prefeitura de Barcelona, que transformou o empreendimento em um parque para a cidade.  Eu tinha lido na internet que uma parte do parque tinha acesso gratuito, mas isso não acontece mais. Para você acessar qualquer área, precisa pagar. Porém, se você for residente de Barcelona, pode entrar gratuitamente, afinal, é um parque da cidade. O local tem várias partes interessantes para visitar, sendo a antiga área comum a principal com a salamandra feita de mosaico e as duas casas da entrada principal que foram inspiradas no conto de João e Maria!

O plano era em seguida fazer um piquenique com Lilla e Peu, porém, estava chovendo. Sendo assim, fizemos o piquenique na casa deles! Foi bem bacana, e relaxante, pois deu pra conversar um pouco mais, aproveitando os últimos momentos juntos (ao menos nessa temporada / viagem).

Depois fomos explorar o bairro do Born, visitando os seguintes pontos turísticos:

- Arc de Triomf : sim, Barcelona tem um! Mas aqui, ele foi construído para ser a porta de entrada da Exposição Umiversal de Barcelona, que ocorreu em 1888.

- Parc de la Ciutadella: sería o parque que faríamos o piquenique se não estivesse chovendo. Ele é bem bonito, e estava lotado. Acabamos ficando pouco tempo nele. 

- El Born Center Cultural i Memòria: trata-se de um espaço arqueológico imenso, muito bem conservado, de uma Barcelona datada entre o final do século XVII e início do século XVIII. Dá para ver direitinho as dimensões das casas, estruturas de escadas, divisões dos cômodos... Além de valer a visita pelo conteúdo histórico e impressionante, é gratuito!

- Igreja de Santa Maria do Mar: foi oficialmente inaugurada em 1391. Uma história interessante que li da igreja: no século 14, os moradores do então bairro Ribeirão do Mar queriam ampliar a igreja. Porém, o foco do "governo" estava na reforma da Catedral de Barcelona. Então os devotos ricos doaram dinheiro para a ampliação e os que não tinham condições de dar dinheiro, trabalharam efetivamente na obra (inclusive carregando pedras nas costas). Detalhe: essa construção foi feita sob a igreja antiga, para não interromper as atividades. Outra curiosidade é que a imagem da Virgem do Mar que está na catedral é a mesma que foi colocada ali no período medieval. Reza a lenda que ela sobreviveu ao incêndio de 19 de julho de 1936, quando a basílica ardeu por onze dias seguidos. Não entramos por falta de tempo... 

Para continuar conhecendo o bairro, que é uma graça por si só, nos "perdemos" pelas ruas passando na frente de lugares importantes como Museu de Picasso, Mercado Santa Caterina (estava fechado) e Palácio da Música Catalã.

De lá voltamos para a casa de Lilla, nos arrumamos, e fomos pegar o trem rumo a Madrid. Rapaz... A viagem que era para ter durado 2h45min, durou quase 4 horas. Estava tendo uma tempestade em uma cidade próxima, então o trem ficou parado um bom tempo... Fomos chegar no hotel mais de meia noite... 

Clara, escrevendo sobre os dias 18 de junho de 2023

domingo, 18 de junho de 2023

Salvador Dalí e Game of Thrones

Acordamos cedo para irmos a Figueres. Não estava nos planos, mas como coloquei no post anterior, resolvemos ir de última hora para outro museu de Salvador Dalí e como Figueres fica a apenas 45min de Girona, fomos!

Chegando lá no Teatro Museu Dalí, já ficamos impressionados com a faixada do prédio. Mas atenção, não estou falando a da entrada principal, e sim a muralha que fica em frente a uma praça que tem o letreiro de Figueres (procurei o nome da praça no Maps, não encontrei, mas é na Carrer Canigó com a Pujada del Castell).

Sobre o museu... Ele está montado em um antigo Teatro Municipal, construído no século XIX. O teatro foi destruído no final da Guerra Civil da Espanha, aí Dalí o comprou e reformou já pensando em fazer um museu para suas obras. Ou seja, toda a estrutura e organização do museu foi pensada pelo próprio artista, então tem toques surrealistas em cada canto e disposição! Vale MUITO a pena conhecer. Mesmo que você não goste de artes ou de Dalí, vale a visita. Uma dica importante é: pegue o áudio guia, ou então busque sites com dicas sobre o museu. Por exemplo, na sala principal tem um quadro grande que, dependendo de como você olha, ou vê uma mulher sentada em uma janela, ou Abraham Lincoln (sim, o cara dos EUA). Outro exemplo é ver determinados trabalhos refletidos na garrafa (ao invés de olhar o papel)... Enfim, a visita é uma experiência!

Terminado o passeio voltamos para Girona para explorar a cidade. Ao chegarmos comemos no Croak's (hambúrguer e wrap, nada de mais) e começamos o tour. Primeiro sobre a cidade: ela fica localizada entre os Pirineus e a Costa Brava. Ela foi fundada em 79 anos a.C., conquistada por  romanos, muçulmanos e Napoleão. Em 1809 resistiu à invasão Napoleão (e seus 35mil soldados) por 07 meses, quando os franceses venceram na base da fome e de doenças. Girona conta com um centro histórico medieval muito bem preservado, que ainda incorpora restos romanos, árabes e judaicos. Acredito que justamente por isso ela foi utilizada como cenário da 5a temporada de Game of Thrones (todo lugar que eu passava ficava pensando em "Shame, Shame"...).

Vou listar os pontos pelos quais passamos com os respectivos comentários:

- Margens rio Onyar / Cases de l'Onyar: caminhada pelas margens do rio Onyar, o principal cartão-postal de Girona, vendo as casinhas coloridas e a catedral da cidade.

- Plaça de la Independència: possui vários restaurantes e bares. Localizada fora da parte murada de Girona, foi construída no século 19, e seu nome foi por conta das guerras travadas contra Napoleão. 

- El Call (Bairro Judeu): região um pouco diferente das demais, com ruas mais estreitas.

- Catedral de Girona: Construída inicialmente no século XI, em estilo romântico com detalhes barrocos, a catedral está localizada na parte mais alta de Girona e possui uma escadaria extremamente imponente. Várias cenas de Game of Thrones foram gravadas nesta catedral e na sua escadaria.

- Passeig arqueològic / Muralles de Girona: partes da muralha foram retiradas / derrubadas para viabilizar o crescimento da cidade. Porém, partes continuam de pé e podem ser visitadas, tendo acesso a praças e mirantes bacanas. Eu subi pelo acesso que tem logo atrás da Catedral de Girona.

- Banys Àrabs: Construída na idade média e está muito bem conservada. Apesar de ter sido construída pelos romanos, possui esse nome porque foi inspirada nos banhos muçulmanos existentes no norte da África. O preço é bem acessível e vale muito a visita.

- Plaça de Sant Feliu / Basílica de Sant Feliu: a Basílica possui estilo romântico e foi construída no século VII. Ao longo do tempo, a igreja foi sendo modificada e passou a contar também com uma torre gótica e uma fachada barroca.

- La Lleona / Leoa de Girona: é uma estátua (pequena) que fica praticamente em frente à Basílica de Sant Feliu. A piada aqui é que, no passado, tinha a lenda que era necessário beijar a bunda do animal pra trazer sorte e voltar para Girona. Com o Covid, ao lado da estátua foi colocada uma placa dizendo que não é mais permitido beijá-la! Eu peguei com a mão na versão miniatura que fica na parede (a estátua é muito alta).

Terminado o tour de Girona, pegamos o carro e voltamos para Barcelona. Como jantar, fomos ao Sport Bar para comer pizza. Isso mesmo que vocês leram, e a pizza estava gostosa! É um lugar que Lilla e Peu costumam ir, então fomos os 4!

Clara, escrevendo sobre os dias 17 de junho de 2023

Vamos a la Playa, parte 2!

Bom dia! Dia de explorar cidades vizinhas a Barcelona...

Acordamos cedo e fomos pegar o carro alugado. Tínhamos reservado um carro básico manual, e tivemos um upgrade para um híbrido automático! Começamos bem, né? Pegamos a estrada rumo a Cadaqués! Boa parte da estrada é bem tranquila, duplicada e listinha! Uma delícia de dirigir! Chegando perto da cidade, começaram a surgir as curvas pois tínhamos que subir e depois descer morros até chegar à cidade. Mas foi bem tranquilo também.

Cadaqués é um vilarejo de pescadores desde o século XVI e hoje tem como principal economia o turismo. Também, com a vista que tem do mar, o charme com suas casinhas brancas e detalhes azuis, e as pequenas praias espalhadas pela cidade, dá pra entender. Reza a lenda que quem colocou essa cidade "no mapa" foi Salvador Dalí, que foi morar em Portlligat (parte do município de Cadaqués) em 1948.

Chegando na cidade, fomos primeiro para a Igreja de Santa María de Cadaqués. Ela é relativamente pequena mas, para a cidade, é grande. A entrada é gratuita, então vale a pena entrar e ver o altar, que tem 26 metros de altura! Ela foi construída no século XVI, destruída pelo famoso pirata Barba Roja e depois reconstruída pelos pescadores do vilarejo.

De lá fomos descendo a cidade pelo centro histórico e suas ladeirinhas, observando cada rua, lojinhas e vista! Chegando na base da cidade, resolvemos explorar primeiro as praias. Então fomos andando margeando o mar até chegarmos a Es Sortell, que fica em uma ilhazinha bem fofa e de onde se tem uma vista linda da cidade! Depois voltamos um pouco e ficamos curtindo a cidade e o mar (gelado) na Platja dês Sortell. Bem privada, mas muito cheia de pedras.

Umas 14:30 resolvemos ir comer. Alguns restaurantes bem avaliados já estavam fechados, até que um cara indicou o Narita Cadaqués, que fica bem na praça principal da praia. Gente... TUDO que comemos estava maravilhoso! Sério! Até o momento ele é o melhor restaurante da viagem! Muito bom! Terminado o almoço, fomos em direção à Casa Museu Salvador Dalí, e... Estava fechada! Tinha fechado literalmente 5 minutos antes de chegarmos, e não houve jeito de conseguir entrar. Aí na hora Lilla procurou coisas relacionadas a Salvador Dalí (que Gui gosta), e não é que ela encontrou ingresso para o dia seguinte de um outro museu que fica em uma cidade próxima? Com isso relaxamos, pegamos o carro e fomos em direção a Girona.

Chegando no Airbnb, tivemos uma surpresa maravilhosa: um dos quartos tinha uma vista espetacular! Depois de um pequeno debate sobre quem iria ficar lá (tanto Lilla quanto eu queríamos que o outro casal dormisse nesse quarto), Gui e eu acabamos ficando com ele. Nos arrumamos e fomos jantar. Que cidade fofa! Na postagem sobre amanhã colocarei mais detalhes, mas é uma cidade bem medieval, com muita coisa preservada, e o Airbnb fica bem no centro histórico! Jantamos no restaurante La Tabarra Girona. Lá compramos um vinho pra tomarmos no Airbnb, passamos em uma creperia para pegar crepe "de petisco" (Crêpdequé?, muito bom) e ficamos no quarto, de frente pro janelão, bebendo vinho, comendo e conversando até tarde...

Clara, escrevendo sobre os dias 16 de junho de 2023

sábado, 17 de junho de 2023

Centro de Barcelona

 Bom dia! O foco do dia foi andar com mais calma e atenção pelo centro de Barcelona. Como não tínhamos nada com hora marcada, aproveitamos para dormir um pouco mais... 

Umas 10:30 fomos comer um Brunch perto da casa de Lilla. Comemos no Camelia Art Cafe, bem bom! Peguei um french toast com frutas, estava uma delícia.

De lá, seguimos para o centro. Vou pontuar os principais lugares que fomos, pois será mais fácil para descrevê-los. Mas, no geral, a ideia foi conhecer o centro desde a Praça Catalunya e ir descendo em direção ao Porto Viel, alternando o passeio tanto pela La Rambla quanto pelo bairro El Gòtic (que é uma delícia, cheio de ruas pequenas e tortas que não passam carros!).

- El Corte Inglés: Loja imensa de departamento, com uns 8 andares, bem o estilo da Macy's. No último andar tem uma mini praça de alimentação com uma linda vista da cidade. Subimos para tirar fotos e aproveitamos para fazer algumas compras... 

- Plaça de Catalunya: Fica bem no coração do centro da cidade. Dali pode-se subir pelo Passeig de Gràcia, descer pela La Rambla, ir para o Bairro El Gòtic... Além de ser uma bela praça com jardim, fontes (todas desligadas por causa do período de seca) e pombos... MUITOS pombos... Sério, uma infinidade deles... Ah, e ao redor lojas grandes como fnac, Apple e Huawei. 

- La Rambla, a principal rambla da cidade, foi construída quando caiu o muro medieval de Barcelona, no século 18. Aprendí com Lilla que rambla é a avenida / rua que tem o calçadão no meio, para os pedestres, com mesas de restaurantes ou lojinha, e nas laterais pistas estreitas para carros, bicicletas, motos ou patinetes... Essa liga a Plaça de Catalunya e o Port Vell (percurso do dia com alguns "zig zags").

- La Boqueria:  um dos mercados municipais da cidade, eu diria que o principal. É bem turístico, mas muito bacana. Tem de tudo um pouco (carnes, embutidos, queijos, frutas, temperos, peixes...), disposto de forma que dá vontade de comer ou comprar. 

- Iglesia de Santa María del Pino (Ou del Pi) : igreja de estilo gótico, a lenda mais legal é que seu nome vem pelo fato de ter sido encontrada uma imagem da Virgem Maria na parte interna do tronco de um pino (Pinheiro).

- Catedral de Barcelona: mais uma cuja  arquitetura tem estilo gótico. Ela foi construída entre os séculos 13 e 15, dedicada à Santa Eulália, uma das  padroeira da cidade. Antes de entrar na catedral, reparem que na praça, do lado direito, tem o nome "Barcino". Iulia Augusta Faventia Paterna Barcino, ou simplesmente Barcino, foi como os romanos chamaram a cidade que deu origem à Barcelona atual. Atrás dessas letras estão os restos da muralha e o aqueduto romano. Quando fui entrar na catedral, me pediram para eu colocar algo nos ombros pois estava com blusa de alsa. Joguei o casaco por cima e foi tranquilo. A catedral é imensa, claro, e bem bonita! Aqui chamo a atenção para  a cripta da Santa Eulália, que fica embaixo do altar principal. Se pagar um valor extra, +/- € 3,00, é possível subir na torre para ter uma vista da cidade, mas nós não fizemos isso. Quando estiver saindo da catedral, necessariamente você passará pelo claustro. Ele tem um jardim no meio que dá todo um charme especial!

- Plaça del Rei: a praça em si não tem nada de mais, mas vale ir pelo peso histórico. A Espanha foi unificada e virou um país em 1469, e Barcelona foi residência temporária dos Reis católicos. Parece que nessa praça funcionou o Tribunal da Inquisição... 

- Temple d'August: Barcelona possuí algumas ruínas do Império Romano, entre elas o Templo Augusto. Essas ruinas em especial só foram "descobertas" no século 19, durante obras na região. A entrada é gratuita, e o que restou do templo é "simples", mas ainda assim vale a visita! 

- Plaça Reial:  linda e grande praça repleta de cafés e bares.

Terminando essa longa parte do passeio, paramos para comer um crepe. Voltamos a nos perder pelas ruelas do El Gòtic (isso é o que é bacana desse bairro) e chegamos em um lugar chamado Grofes I Crepes. Gente, o lugar é minha cara! Parece feito para criança, com pinturas coloridas remetendo a circo, cheio de guloseimas... E digo mais, o que comemora estava gostoso!

Depois seguimos nosso rumo em direção ao Port Viel. Passamos na frente do Palácio Güel (tem esculturas de Galdí no terraço, dá pra ver algo da rua, mas não quisemos entrar) e chegamos no Monumento a Colón. Uma curiosidade: a estátua de Cristóvão Colombo está apontando para uma direção. Na hora de a colocarem em cima do pilar, iam colocar apontando para os Estados Unidos. Porém, ia ficar apontando para a Itália, que não teria muito a ver com nada. Então resolveram colocar apontando para o mar. Normalmente pode subir no monumento, mas estava fechado por causa das obras....

Por fim, seguimos até chegarmos no Port Viel. O dia estava lindo, então sentamos em um banco e ficamos lá curtindo por um tempo! Depois voltamos para casa de Lilla! 

Clara, escrevendo sobre os dias 15 de junho de 2023

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Montjuïc e FC Barcelona

Bom dia! Hoje o dia começou com duas "decepções" mas terminou bem.

Acordamos cedo e fomos para o famoso Camp Nou, o complexo esportivo do FC Barcelona que inclui o estádio de futebol. O lugar é muito grande, e muito bem sinalizado. O tour ocorre em um museu interativo bem interessante, que apresenta a história do clube, incluindo de esportes além do futebol, com uma parte mais tecnológica bem legal. Porém, aqui eu tive a primeira decepção do dia: tudo que eu li na Internet falava de visita ao estádio. Porém, como estava em obra, o convite falava em vista para a construção. Rapaz... Terminada a visita ao tour, seguimos para "o Mirador" e... NADA! Sério, a vista dava para nada, para o lado externo do estádio, sem qualquer visão interessante. Ou seja, se você não for um amante do futebol ou do Barça, não gaste esse dinheiro...

Nos despedimos de Amandinha e Jenner, que seguiram para o aeroporto para voltarem à Inglaterra, e seguimos para o Montjuïc. Começamos o passeio pelo monte vindo da Plaça d'Espanya em direção ao Museu Nacional d'Art Catalunya. Que visual lindo! Na frente do museu tem uma área para fonte de água que é onde acontece o espetáculo da Fonte Mágica de Monjuïc. Eu já tinha lido no site que a fonte não estaria funcionando (e por todo o passeio pelo monte, de fato, TODAS as fontes / chafarizes estava secos e desativados) por causa da época de seca. Mesmo assim, deu para imaginar como deve ser um espetáculo bacana. Pelo que li, é no esquema das "águas dançantes" do hotel Bellagio, em Las Vegas.

Logo atrás da fonte fica o Museu Nacional d'Art Catalunya. Pensem em uma construção grande e linda? Poderia facilmente ter sido um castelo, mas na verdade a estrutura (Palácio Nacional) foi construído entre 1926 e 1929 para a Exposição Internacional de Barcelona de 1929. Já o atual museu constitui-se em 1990 com a junção das coleções do Museu de Arte Moderna e do Museu de Arte da Catalunha. Não entramos no museu, mas vale muito a pena vê-lo por fora.

Seguimos a caminhada subindo o Montjuïc em direção à Anella Olímpica,  nome dado a área que compõe algumas instalações criadas para as Olimpíadas de 1992, tais como a Torre de Comunicações, o Estádio Olímpico e o Palau Sant Jordi. Chegando lá, e adivinhem? Outra decepção. Toda a área externa do Estádio Olímpico estava com o acesso bloqueado. Tirei minha foto com a torre de longe, ao lado de uma grade... Só foi possível entrar no estádio.

Continuando nossa subida passando pelo Jardim Botânico de Barcelona. Parece ser bem bacana e o acesso é gratuito, mas estávamos tão cansados da subida, que estava pela metade, que resolvemos não entrar e seguir com o trajeto.

Indo no sentido do Castelo Monjuïc, passamos por alguns "Miradores" (mirantes) com belíssimas vistas da cidade! Pelo caminho que estávamos fazendo, chegamos "pelas costas" do castelo, por uma parte que estava cheia de mato, que definitivamente não parecia ser turística. Mas logo depois chegamos à parte "oficial". O Castelo Montjuïc é uma antiga fortaleza militar do século 17 que ainda mantém estruturas, objetos e armas da época. Para entrar no castelo tem que pagar um ingresso, então resolvemos seguir nossa caminhada.

Fomos para os mirantes localizados ao retorno do castelo e pegamos o bondinho para descer. Apreciamos mais vistas bonitas, tiramos ainda mais fotos e, com isso, terminamos o tour pelo Montjuïc.

Voltamos para a casa de Lilla, descansamos um pouco e fomos os quatro (Lilla, Peu, Gui e eu) fazer um piquenique. A ideia original era ir para os Bunkers del Carmel (antiga base militar que protegeu a cidade durante a Guerra Civil Espanhola), que dizem ter uma vista 360 graus da cidade. Mas quando estávamos chegando, já estava perto do horário dos bankers fechar, então sentamos um pouco antes, no parque, que também tinha uma vista maravilhosa!

Curtimos muito o piquenique, apreciamos a vista, conversamos bastante... Foi uma delícia! Depois voltando para casa, onde ficamos conversando mais um bom tempo para depois irmos dormir...

Clara, escrevendo sobre os dias 14 de junho de 2023

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Vamos a la Playa (Platja)?

Dia Light, dia de praia... E justo hoje o dia estava nublado.. Mas faz parte!

Começamos com uma caminhada longa (e com alguns contratempos na direção, hehehe) até o Little Fern, onde tomamos café. Fica em uma região mais moderna de Barcelona, com alguns prédios altos e de vidro. Tem um mesmo que parece muito com o prédio oval de Londres. O café foi bacana, eu não arrisquei muito, fui no meu bom e velho pão com ovo.

De lá, fomos para a praia! Sim, perguntamos para Lilla qual seria uma praia bacana, e ela indicou a Platja del Bogatell, que era mais local (menos turistas, menos sujeira e menos bagunça). Quando chegamos tinha um pouco de sol, e deu pra ver como o mar é transparente e calmo! Não tem uma onda! Fui colocar meu pé para dar "oi" para Yemanja, e CLARO que a água estava gelada... Caminhamos um pouco para conhecer, depois deitamos na areia e ficamos lá, curtindo o "sol entre nuvens". Eu cochilei um pouco, não vou mentir...

Quando o tempo começou a fechar, e o vento frio ficou mais forte, resolvemos seguir caminhando pela orla em direção a Barceloneta, praia mais famosa da cidade. O calçadão é bem largo, espaçoso, então foi uma caminhada muito agradável. Foi engraçado que teve um momento que sentimos um forte cheiro de dendê, aí os 4 (Amanda, Jenner, Gui e eu) pararam, um olhou para a cara do outro e começamos a rir. Cada um lembrou de uma comida (acarajé, moqueca ou peixe). Fomos procurar de onde vinha o cheiro, achamos o restaurante, mas não identificamos a comida. Continuamos andando mais um pouco, paramos no restaurante Mar (comida ok) e voltamos para casa para nos arrumamos.

De noite fomos para um rooftop (não peguei o nome, é ok, mas não vale a indicação) com um casal de amigos de Jenner e Amanda. De lá terminamos o dia indo jantar no Bar Lobo, localizado em La Ramba (comida boa) e voltando para casa por volta das 1h da manhã...

Clara, escrevendo sobre os dias 13 de junho de 2023

terça-feira, 13 de junho de 2023

Dia dedicado a Gaudí

Bom dia! Hoje, dia dos namorados, começamos de forma mais especial... Fomos para um Brunch!! Liu me indicou alguns próximos à casa dela e fomos para o Billy Brunch. Pensem em um lugar com comidas deliciosas?!?!? Estava realmente maravilhoso eu comi minha panqueca toda!!

De lá, fomos para a Sagrada Família. Gente, aqui valem 2 dicas de ouro: 1) comprem ingresso com antecedência. Além de pagar um pouco mais barato, não pega fila! 2) comprem com o áudio guia, tem em vários idiomas (inclusive com português de Portugal), e você baixa no seu próprio celular. O áudio é fundamental para entender a grandiosidade que é essa gigantesca construção, que já dura mais de 2 séculos! Ao invés de descrever aqui todos os detalhes e explicações da construção e do que está pronto (pois se encontram no áudio guide e na Internet, além de ser melhor ouvi-las vendo as esculturas), vou descrever os itens que mais me marcaram:

- A Sagrada Família terá um total de 18 Torres: 1, a maior, dedicada a Jesus; 1, a segunda maior, dedicada à Virgem Maria; 4 dedicadas a cada um dos evangelistas; e 12, organizadas em 3 grupos de 4, representando os 12 apóstolos. Se eu me lembro bem, 11 (das 18) estão completas.

- Gaudí tinha determinado (e foi respeitado) que a torre que representa Jesus não poderia ter altura maior que da colina Montjuïc. Segundo ele, nada criado pelo homem devia ser maior do que o que foi criado por Deus.

- É absurdamente visível a etapa que Gaudí viu pronta e as partes mais recentes. Não apenas pela colocaração e desgaste das paredes / materiais, como também pelas formas das esculturas.

- A parte que será a entrada principal só está pronta por dentro. E, mesmo assim, as entradas laterais são majestosas! 

- Gaudí está enterrado na Sagrada Família.

- Reserve +/- 1h30 para o tour. 

Depois fomos para o Passeig de Gràcia. Essa avenida é considerada a Champ Elysees de Barcelona e, de fato, tem MUITAS lojas de grife. Quando passamos, algumas tinham fila para entrar, como a Louis Vuitton. Além de ser uma avenida super agradável de passear, ela possui 4 principais construções arquitetônicas que são consideradas símbolos do modernismo, 2 das quais foram assinadas por Gaudí. No caminho paramos para tomar um sorvete delicioso no Lucciano's.

Por volta das 16h começamos o free walking tour especial Gaudí e o Modernismo. O tour é longo, durou 3 horas, mas tem ótimas informações. Alguns destaques:

- Desde o passado, a Passeig de Gràcia já era considerada uma avenida importante onde moravam as pessoas que tinham muito dinheiro.

- Essas pessoas costumavam morar em um ou dois andares e alugar os demais para 3os morarem.

- Os donos davam seus próprios nomes aos prédios.

- Uma das premissas do modernismo é que tudo é possível, por isso há mistura estilos, assimetrias e zero padrões. 

- Na grande maioria das construções, são encontrados 2 símbolos de Barcelona, flores e dragões. O primeiro representa o renascimento da região após uma guerra (não peguei detalhes dessa referência) e o segundo tem s ver com a lenda de São Jorge e o Dragão.

- Na época do modernismo, os ricos queriam mostrar que eram ricos e, por isso, queriam ter a casa mais bonita. Com isso, contratavam os melhores arquitetos, e dessa disputa veio o Quarteirão da Discórdia. 3 grandes proprietários contrataram 3 arquitetos distintos para reformarem suas respectivas casas, todas localizadas no mesmo quarteirão. Em 1900, Josep Puig i Cadafalch reformou a Casa Amatller. Mais ou menos ao mesmo tempo, Lluís Domènech i Montaner fazia a remodelação da Casa Lleó Morera. E entre 1904 e 1907, Antoni Gaudí atuava na reforma da Casa Batlló. 

- Casa Lleó Morera: na minha humilde opinião, é a mais discreta das 3. O arquiteto era dono da escola de arquitetura de Barcelona, ou seja, foi professor dos outros dois arquitetos mencionados. A casa em si tem diversos detalhes e significados, como os dragões, as flores, estátuas segurando itens de tecnologia da época, coluna de mármore dentro da casa e visível para os pedestres (detalhe que ele copiou da Casa Amatller)... Em 1906 ela ganhou prêmio do concurso anual (a placa encontra-se na fachada do prédio). Não está aberta a vistas.

- Casa Amatller: foi a 1a reforma do quarteirão e o arquiteto usou referências da Bélgica e Amsterdã. Foi o primeiro a colocar a coluna de mármore visível para os pedestres. Está aberta para visitação. A flor de Barcelona (El panot) originalmente foi desenhada para ser utilizada nessa casa. Depois foi adotada pela cidade e é encontrada em diversos lugares, inclusive na calçada. É possível entrar na parte do hall para ir até o café que tem dentro do prédio.

- Casa Batlló: antes do tour, tinha lido algumas interpretações sobre a fachada, mas vou escrever o que o guia explicou. Segundo ele, Gaudí se inspirou na lenda de São Jorge, sendo o teto escama do dragão, a cruz no teto a espada de São Jorge, as cores disformes da parede da faixada o sangue derramado na batalha, e as "grades" dos balcões / varandas parte dos crânios das vítimas do dragão. 

- La Pedrera (Casa Milà): fica a algumas quadras do quarteirão da discórdia, mas ainda na Passeig de Gràcia, é mais um prédio reformado pro Gaudí. Por dentro ele não possui paredes, então pode-se dizer que foi o percursor dos lofts atuais. Duas histórias interessantes. A 1a é que ninguém na época gostou do resultado, acharam que parecia uma montanha e por isso apelidaram de "Lá Pedrera". A 2a é que houve uma desavença entre Gaudí e os donos do prédio. Esses não quiseram efetuar o pagamento ao arquiteto, então Gaudí deixou a estátua da Virgem Maria, localizada no teto, incompleta, foi à justiça e finalmente recebeu seu dinheiro.

Depois, ainda pelo tour, fomos para a Sagrada Família. E sim, valeu a pena pois complementou o tour da manhã com diversas informações adicionais tais como o fato de Gaudí só ter entrado e alterado o projeto depois de um tempo, ou mesmo sobre a demolição que ocorrerá de um prédio localizado no terreno (de propriedade da Sagrada Família) que será utilizado para a construção das escadarias que darão acesso à entrada principal. 

Terminado o tour, voltamos para a casa Batlló, única que escolhemos entrar. Rapaz... Gaudí é MUITO criativo! Cada canto da casa muito bem pensado, e criativo! No final, fizeram uma sala para projeção que ficou muito bacana! Agora, o curioso é que por dentro não há nenhuma referência à lenda de São Jorge. De qualquer forma, valeu a pena ir!


Por fim, fomos jantar no restaurante El Pintxo (bem típico bem bacana!) para concluir com chave de ouro o dia dos namorados, e voltamos pra casa!

Clara, escrevendo sobre os dias 12 de junho de 2023