sexta-feira, 27 de abril de 2018

Cusco

Logo cedo pegamos um voo de La Paz para Cusco. As únicas coisas que deram pra ver de La Paz é que o trânsito é um caos e que, ao invés de ônibus, o principal meio de transporte é Van / Topic...

Ao chegarmos em Cusco, deixamos as coisas no hotel e seguimos para o centro para trocarmos o dinheiro. Seguimos pela avenida El Sol em direção à Praça das Armas. Encontramos basicamente 4 valores de câmbio (na ordem do menos para o mais vantajoso, na visão de quem compra a moeda local): o dos bancos, o das casas de câmbio próximas à Praça, o das casas de câmbio mais afastadas da Praça (que também vendem outras coisas) e o dos "ambulantes" nas ruas. Nós compramos com os penúltimos.

Seguimos para a Praça e almoçamos em um dos restaurantes que ficam no 2o piso dos "prédios" ao redor da praça, com vista para a mesma. Foi uma ótima escolha pois, além da bela vista, pegamos um "prato executivo" bom e barato!

Devidamente "alimentadas", fomos explorar a cidade. Uma curiosidade, Cusco é alto (3.400m acima do mar), mas a região de Uyuni e parte do Atacama é ainda mais alto. Acho que por isso não sentimos o famoso "mau da altura" aqui! Primeiro, claro, ficamos na praça, linda, espaçosa, com a Catedral Del Cusco super imponente em um dos lados, e a Igreja Companhia de Jesus, menor mas não menos bonita, em outra lateral. Pensem em uma praça agradável de se ficar? Aliás, Cusco é uma cidade encantadora!! Você pode se perder pelo centro que estará bem! Casinhas e lojas acolhedoras, ruas pequenas... Aí vem uma dica importante: procure ficar no centro! Faz diferença! Nós ficamos em um hotel legal, mas que ficava há 10 / 15min do centro, o que às vezes dava preguiça de sair...

Voltando à nosso passeio, passei pela rua onde tem a "pedra de 12 lados". Lembram que no Egito comentei sobre as pedras utilizadas em construções possuem diversos lados (não apenas os 4 "padrões") para dar maior estabilidade e que o único outro local que foi vista essa "tecnologia" tinha sido justamente no Peru, com os Incas? Então, queria ver "ao vivo"!
Passamos por algumas feiras de artesanato, fomos no museu do chocolate e do café (ambos interessantes, mas o 1o se destaca por você poder provar diversos chocolates, licores, etc.) e paramos em uma sorveteria deliciosa. Sim, sorveteria. Não estava tão frio... Ela nos lembrou a San Paolo, pois faz a mistura na hora, mas com uma diferença: a mistura sai muito mais uniforme! Exemplo, pedi sorvete de baunilha com morango e leite condensado. A mistura do sorvete com morando parecia que tinha sido feita em um liquidificador, sem perder a textura do sorvete! Uma delícia, super recomendo. Se eu não me engano, o nome é Mamá Cucharitas.

A noite, fomos jantar em um restaurante chamado Pachapapa. Demos sorte, fomos sem reserva e pegamos a última mesa disponível. Lugar bastante agradável, fica pertinho do hotel, bom atendimento e a comida muito boa. Ok, comemos pizza, mas isso não diminui de forma alguma a qualidade da comida!!

Clara, escrevendo sobre o dia 25 de abril.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Terceiro e último dia de Maratona Uyuni

Saimos do hotel por volta das 5:30 da manhã pois o objetivo era ver o nascer do sol no Salar de Uyuni.

Antes, informações básicas (fonte Wikipedia, pois nosso guia só deu informações erradas): é o maior e mais alto deserto de sal do mundo, com 10.582 quilômetros quadrados e a 3.656 metros acima do nível médio do mar. O salar é também o único ponto natural brilhante que pode ser visto do espaço. O salar foi formado como resultado de transformações entre diversos lagos pré-históricos (há mais ou menos 40 mil anos).
Sobre a primeira atração do dia... Rapaz... Que nascer do sol maravilhoso! Cada tom completamente definido no céu, que não tinha nenhuma nuvem, o reflexo no Salar, que tinha uns dois dedos de água, o que deixava tudo ainda mais mágico. Sim, estava frio, mas quem ligou? Fiquei apreciando o espetáculo da natureza, e valeu cada segundo!

De lá fomos para a Isla Incahuasi. Um "amontoado" de terra, com um morrinho, no meio do Salar e que possui cactos imensos. Muito lindo o lugar, e o fato de ter um morro proporciona vistas lindas para o Salar!

Depois paramos no meio do salar para tirar as famosas "fotos de efeito". Porém, das 6 pessoas do grupo, apenas 3 (comigo, claro) ficaram animadas para fazer as brincadeiras. Até o guia estava desanimado, não querendo ajudar... Mesmo assim valeu bastante a zoação!

Passamos pelo único hotel que está localizado dentro do Salar. Ele também é de sal, mas achei equivalente com o que passamos a noite... Seguimos pelo Salar até sairmos no Pueblo de Colchani, povoado também pequeno, porém, com várias lojinhas de artesanato. Claro que comprei meu imã!!

Por fim, antes de chegarmos ao destino final, passamos pelo Cemitério de trens. Não sei se era porque eu já estava cansada, mas não achei nada de mais... Seguimos para o destino final, a cidade de Uyuni, onde almoçamos e ficamos na agência de turismo de lá. Foi o que precisávamos, WiFi, depois de 3 dias offline! Kkkk foi bom não apenas pra dar notícias, mas também para trocarmos as fotos com os demais do grupo!

No meio da tarde Nilda e eu seguimos para o aeroporto e pegamos o avião em direção à La Paz, onde dormimos para no dia seguinte seguirmos para a próxima etapa da viagem!

Clara, escrevendo sobre o dia 24 de abril.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Segundo dia da maratona

Primeira vez que o dia começou mais tarde, saímos do "hotel" às 9:30 para continuar o tour. 

Assim como no dia anterior, vou pontuar os lugares que fomos passando:

• Região de Pedras vulcânicas (não sei o nome): tem pedras com diversos formatos. Vimos a taça da copa do mundo, um camelo, "vale das pedras", coração partido. É divertido! 
• Lago Negro: mais uma linda paisagem. Um lago negro escondido no meio das rochas. Tem que caminhar um pouco, mas vale muito a pena!!! 

• Cañon de Anaconda: canion imenso formado por um rio bem fino, por isso o chamam de Anaconda.
• Vimos no caminho 3 pequenos "tufões / furacões" levantando areia. Tentamos tirar foto, mas não deu certo... 
• Paramos para almoçar em Villa Alota. O curioso: fui com uma das suíças ver a igrejinha da vila. Chegando lá, tinham 3 garotas brincando na praça. Uma veio correndo em nossa direção e começou a puxar conversa. No final, ela pediu dinheiro... 

• Cañon de Sora: este canion parece mais um vale. O rio também é fino mas  as montanhas são mais afastadas umas das outras, deixando o visual diferente. 
• Última parada em uma vila pequena chamada Julaca. Nada de mais... O objetivo, teoricamente, é beber cerveja artesanal vendida em um vendinha. Na prática, o pessoal ficou passeando pelo local. 

Chegamos no hotel e tive uma boa surpresa. Sim, é bem simples, mas tem estrutura. O banho também é pago, mas é tudo bem organizado. Duas curiosidades bacanas: foi um "hotel de sal" e fica bem na frente do salar!! 

Clara, escrevendo sobre o dia 23 de abril. 

Início da maratona Uyuni

Hoje começou nosso passeio pelo / para o salar do Uyuni. Serão 3 dias / 2 noites com um mesmo grupo de pessoas. Estamos em 6 pessoas: Nilda e eu, 2 garotas que moram na Suíça sendo uma cubana e a outra angolana, e 2 que moram na Alemanha sendo um grego e a outra inglesa.

A primeira "parada" foi nas aduanas. A do Chile foi rápida, mas a da Bolívia... Além de ter demorado, estava MUITO frio. Tanto que até a galera da Suíça e da Alemanha se agasalharam, colocando, inclusive, meias nas mãos!

Ao entrarmos no Parque Eduardo Avaroa, começamos a fazer diversas visitas. Vai ser mais fácil pontuar cada uma delas.
• Laguna Branca: Onde tivemos a primeira vista fantástica. Ela tem essa cor por causa do mineral Borax, usado em detergentes. Que lugar maravilhoso! Uma vista sensacional, com as montanhas refletidas na lagoa... E o silêncio... Uau!
• Laguna Verde: por causa do bronze e do cobre, a lagoa fica verde quando tem vento. Hoje não foi o caso, então foi uma vista "ok", ainda mais depois da anterior.

• Deserto Dali: rochas vulcânicas no meio do deserto, rodeado por cordilheiras. É bonito, mas "apenas", isso.
• Águas Termales: foi uma experiência equivalente ao Geyser del Tatio, a piscina bem pequena e lotada. Nem o pessoal do carro quis ir. Mas a vista é linda! Foi lá que almoçamos. Ah, todas as refeições estão incluídas no passeio.
• Geyser Sol de Mañana: fica a 4.890 metros acima do mar, o lugar mais alto do passeio. O vulcão onde a região fica não é ativo. É praticamente só fumaça e, para piorar, o cheiro de enxofre é muito forte. Eu sei que nunca é bom fazer comparações, mas isso não é um Geyser...

• La Laguna Colorada: como o nome diz, é uma lagoa colorida. Ela tem 16 km2 e possui diversas cores por ter vários microorganismos, o que atrai os flamingos. O lugar é muito lindo, vista maravilhosa, e realmente tem MUITO flamingos. Agora, é frio, pois venta demais, e a latitude continua alta!

No final da tarde chegamos ao hotel, que parece alojamento, onde passamos a noite. Basicamente é na casa de alguém, no povoado de Villamar, que disponibiliza um quarto para todo o grupo. Atenção: um único quarto para as 6 pessoas. É bem simples, MUITO simples. Não tem papel higiênico (mas o pessoal da agência avisa que deve-se levar um), para tomar banho tem que pagar e as camas são bem básicas. O grupo todo tinha levado saco de dormir, e o colocou em cima de suas respectivas camas. Como minha amiga e eu não levamos, pegamos as colchas das camas das suíças e reforçamos as nossas.

Com essa experiência, seguem dicas muito importantes:
• É bom levar o saco de dormir. Eu não senti frio com as colchas, mas sei lá se as roupas de camas foram lavadas... A casa era MUITO simples.
• Além do papel higiênico, levem lenço umedecido. É muito mais prático... Levem dois, pois acaba-se emprestando pro grupo.
• Cuidado com a altitude. Duas pessoas passaram mal, sendo que uma delas foi para o posto médico e teve que tomar remédio e oxigênio. Eu mesma, a noite, tive um pouco de dificuldade de respirar, acho que um misto de nariz entupido e falta de oxigênio. A grande dica é comprar Sorojchi Pills, um remédio que ajuda no mal d altitude. A própria médica do posto recomendou.
• Esqueçam internet, sinal de telefone... Esqueçam contato! Tinha apenas uma tomada, e ficamos dividindo-a.

Clara, escrevendo sobre o dia 22 de abril.

domingo, 22 de abril de 2018

Último dia em Atacama

O passeio do dia foi Geyser Del Tatio e às 05:30 da manhã a van veio nos buscar. Isso porque, para ter a experiência completa, é importante chegar lá quando o sol estiver nascendo!

Primeiro umas informações técnicas:
• O lugar fica a mais ou menos 4.300 metros acima do nível do mar. Então, para eu não ter o "mal de atitude", tomei um comprimido / remédio que indicaram antes de sair do hotel.
• A região fica localizada no topo de um vulcão ativo, que não possui lava. A região tem diversas fumarolas (buracos de onde saem apenas gases químicos tipo enxofre), lagoa quente e Geyser (buracos de onde saem água quente e vapor de água). Tudo em um mesmo terreno e em uma quantidade muito grande.
• Quando chegamos lá, estava 6 graus Celsius NEGATIVO. Virei pingui! O guia comentou que lá pode chegar a até 15 graus negativo!
• Oficialmente o maior Geyser chega a 3 metros de altura e a média da temperatura da água é de 84 graus Celsius.
• 8 pessoas já morreram lá, pois não respeitaram os limites e se queimaram.

Sobre o passeio, recomendo muito! Ok, estava muito frio, eu não trouxe roupa para temperaturas negativas. Mas, ainda assim, fiquei lá tentando curtir o lugar. A questão da altitude realmente é crítica. Logo no início eu senti minha cabeça pesar um pouco, fiquei um pouco tonta, mas foi rápido. Começamos a conversar com um casal de brasileiros e isso acabou distraindo. Voltando pro frio, a fumacinha (saindo pela boca) estava lá! Sim, fiquei brincando feito uma criança, tentando inclusive tirar foto disso, pois estava muito forte! Ah, o passeio teve café da manhã que incluiu até ovos mexidos!

Em relação ao Geyser... Eu esperava que a água jorrasse mais alto. Não vi os 3 metros que o guia falou (ninguém viu). Sai mais fumaça do que água. Então, isso especificamente, não é "essa coisa toda". Mas definitivamente vale pelo passeio e pelo visual!

Depois fomos para o hot springs, o lago de água quente. Não caí, não só pelo frio que fazia do lado de fora, mas também porque o lago era pequeno, estava na sombra, só podia ficar 15min e estava lotado. Ok, podem até dizer que é um bando de desculpas, mas realmente pensei nisso tudo.

O terceiro ponto que visitamos foi um local fora dessa região que possui Geyser na lama. Que coisa bacana, diferente!! Também não jorra a água alto, mas é constante e totalmente diferente. Lindo demais! Parece fonte de chocolate! E, pra variar, a paisagem ao redor é sensacional! Aqui eu senti um pouco a altitude quando tivemos que subir um morro. Tive que ir devagar e até parei um pouco pra pegar fôlego. O curioso é que só tínha o nosso grupo lá! Os guias falaram que não é todo mundo que conhece o lugar e por isso não está incluso no passeio "normal".

A parada seguinte foi em Vado Puntana. Outra bela paisagem que possui um lago raso rodeado de montanhas e vulcões e cheia de patos e outras aves. A água do lago vem do desgelo do topo so vulcão Puntana.

A última visita foi ao povoado e Machuca. Lá moram apenas 6 pessoas, e todas de uma mesma família. Pessoalmente, não vi a nada de mais no local...

Quando chegamos de volta a San Pedro de Atacama, nós demos uma volta na cidade, fomos ao hotel para arrumar as mochilas e descansamos um pouco. À noite, voltamos para o centro da cidade para irmos a um barzinho chamado Mal de Puna. Lá encontramos uma australiana, que tínhamos conhecido em um dos passeios, e conhecemos um inglês e uma portuguesa (ficamos todos no mesma mesa). Foi divertidíssimo!

Mais algumas reflexões da viagem... Conhecemos pessoas da Rússia, Inglaterra, Austrália, Portugal, além de chilenos e brasileiros. Nos chamou a atenção como quase todos que conhecemos não sul americanos estavam aprendendo ou tentando se comunicar em espanhol. Perguntam como pronunciar as palavras e tentavam interagir... E varios deles com histórias de vida tão curiosas, que algumas nos fez refletir sobre muita coisa... Enfim, mais um exemplo de como é importante vc se abrir para coisas novas...

Clara, escrevendo sobre o dia 21 de abril de 2018.