sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Despedidas parte 1

Pensem em um dia especial... Ok, tenho escrito isso regularmente sobre minhas experiências no Nepal, mas acho que vocês entenderão...

O dia já começou de forma marcante! Acordamos 4h da manhã para pegar uma Van e ver o nascer do sol em uma cidade próxima chamada Sarangkot. Ela fica a uns 30 minutos de carro de Pokhara. Em um dos morros da região, tem uma torre de observação que, além da vista para Pokhara, possui uma vista para as diversas montanhas de Annapurna (a décima montanha mais alta do mundo, com mais de 8 mil metros). Sabíamos do risco de não ver a cordilheira, mas quando acordamos de madrugada não estava chovendo e dava para ver algumas estrelas, então fomos arriscar. Quando chegamos no limite onde o carro pode ir, uma senhora que tem bar e lojinha de lembranças nos abordou tentando vender coisas. Depois de um tempinho, ela nos ofereceu uns chales quentes, sem cobrar, pois estava friozinho e algumas de nós (eu inclusa) esqueceram de levar casaco (único dia que esqueci de levar comigo, mas depois entendi o motivo, explico mais na frente). Pegamos as "pequenas cobertas" e começamos a subir. Sim, tem uma bela subida até a torre e, chegando lá, tem que pagar uma pequena taxa (NPR 60,00, menos de R$ 3,00) para subir na torre. Ao subir, percebi o potencial da vista... Dava para ver a sombra de algumas montanhas, a cidade embaixo, a névoa se espalhando pelos montes... Ok, a expectativa cresceu. Aí deu a hora do nascer do sol e, o que aconteceu? Nuvem no horizonte, claro. Mesmo assim, um lindo nascer do sol. Ficamos lá curtindo a vista quando, de repente, algumas pontas da cordilheira apareceram no meio das nuvens, e com cor rosada (a luz do nascer do sol refletindo na neve). Foi aí que nos tocamos que estávamos praticamente rodeados pelas montanhas, especificamente Annapurna (que, por ter diversos cumes, tem diversos nomes Annapurna). Gente, mesmo vendo apenas 3 cumes rosados, e o resto das montanhas coberto pelas nuvens, foi lindo e emocionante!


Durante a descida da torre, fomos aproveitando a vista e os templos que existem no caminho. Em um mesmo tinha um monge dentro cantando / orando, foi de arrepiar de bonito e impactante. Continuamos descendo até chegarmos na base. Como a senhora que nos emprestou os chales salvou nossa vida, resolvemos tomar um massala tea no restaurante dela, que era na lage, com uma linda vista. Ficamos lá conversando, rindo, vendo as fotos uns dos outros quando, de repente, uma parte da nuvem abriu e vimos um grande pedaço da cordilheira! O curioso é que do nosso lado tinha um grupo de americanos que já estava admirando as montanhas e nós só percebemos depois e, ao mesmo tempo, fizemos um "uauuu"! Os americanos começaram a rir da gente, claro! Pensem em uma coisa linda! Lembram que lá no início da postagem escrevi de ter um motivo para eu não ter levado casaco? Então, se estivéssemos de casaco, com certeza não teríamos parado para tomar chá e perderíamos a abertura das nuvens! Depois de um milhão de fotos, fomos para a van e começamos a descer o monte. Não é que no meio da descida as nuvens abriram ainda mais e conseguimos ver mais montanhas? Pedimos para Buba, o motorista, parar onde ele pudesse, e saímos para apreciar / tirar fotos! Foi realmente emocionante e especial, linda forma de nos despedirmos de Pokhara...

Voltamos para o hotel, peguei minhas coisas, me despedi de Bruno (que ficará em Pokhara por mais alguns dias) e fui para o aeroporto. Por causa do cox (sim, continua problemático), resolvi fazer o trecho PKR - KTM de avião (escrevi sobre isso em post anterior), enquanto o pessoal fará esse trecho de Van (7 horas de sacolejo....). Cheguei no aeroporto, no embarque doméstico, e foi mais uma experiência interessante: tudo no aeroporto era manual, TUDO! Check in, controles, segurança... Mas tudo organizadinho. O voo atrasou 1 hora mas, depois do embarque, tudo ocorreu bem! Apenas 30 minutos de voo e mesmo assim pude cochilar!

Cheguei em Kathmandu, fui para o hotel (o mesmo que ficamos na 1a temporada, Jampa). Probina, da recepção, foi quem estava lá. Rapaz, fui recebida tão bem! Ela saiu perguntando como foi a viagem, falou que estava feliz em me ver, perguntou onde estava Val... Uma fofa! Deixei minhas coisas no quarto e fui atrás de uma massagem, para ver se melhorava de alguma forma minha coluna. O pessoal do hotel me indicou o Paradise Spa, então fui lá. Expliquei o que estava procurando, e me indicaram uma mistura de Swedish Terapy com Acupressure. A massagem foi boa, mas não foi o que eu esperava / estava precisando. Ao sair, eles me perguntaram como foi e falei exatamente isso, que eu estava procurando algo específico para minhas costas, onde me machuquei, e que não foi isso que recebi. Eles pediram desculpas, me deram um desconto e perguntaram se eu ficaria mais tempo pois aí eles providenciariam algo mais apropriado. Como voltaria para o Brasil no dia seguinte, isso não seria possível...

Peguei algo pra comer no caminho, voltei pra o hotel e fui dormir!! Tomei um banho e apaguei! Só acordei por volta das 20:30 com Val, que tinha chegado de Pokhara. Nos arrumamos e fomos encontrar com o pessoal no Black Olives Café & Bar, para nossa "despedida"! A comida foi mais ou menos, pois resolvi pedir o Shaomi (não sei como se escreve) que eu tinha comido e gostado lá em uma das escolas, mas o de Katmandu era bem diferente. Não comi muito e dois garçons vieram me perguntar se eu tinha achado ruim. Aí expliquei que eu estava esperando algo diferente, equivalente ao que eu tinha comido em Besisahar. Aí um deles explicou que o da capital é diferente do que é servido em algumas regiões do interior do país.... Enfim, e veio a despedida das meninas... Elas ficarão ainda em Katmandu, mas possuem uma determinada programação no dia seguinte e por isso não seria possível nos vermos novamente. Coração apertou... Essa galera é tão boa, tão do bem!!! Ela foi essencial para passamos pelos desafios do projeto, com certeza! Ficamos enrolando um tempão para ir embora... Primeiro fomos expulsos do restaurante, depois todos resolveram levar Val e eu para o hotel (que era caminho dos demais), aí conversamos mais, tiramos mais fotos, até que o pessoal seguiu o rumo e Val e eu entramos no hotel.

Clara, escrevendo sobre o dia 29 de setembro de 2022, quinta-feira.

PS: depois fiquei sabendo de mais dois lugares super interessantes pra se visitar em Pokhara, Gupteshwor Mahadev Cave e Devi's Falls. Fica a dica

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